São Paulo, segunda, 14 de julho de 1997.



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MÚSICA
Canção desmistifica animal que estaria matando galinhas
Mistério do chupa-cabra vira tema de forró em Campinas

ANDRÉ RODRIGUES
da Redação

A música "No Forró do Chupa-Cabra" aparentemente não tem nada demais. Mas seus autores, Robson Arantes e Paulino Neves, de Campinas (99 km de SP), têm a visão de gênios do marketing.
Escolheram como mote para a canção o chupa-cabra, apelido de um animal que estaria matando cabras, galinhas e bois na região de Campinas. Testemunhas que viram o bicho juram que ele é de outro planeta.
Para cantar os feitos do chupa-cabra, os autores apostaram no cantor sergipano Bráulio Vieira de Souza, 46.
"No Forró do Chupa-Cabra" vem sendo uma das músicas mais requisitadas pelos ouvintes de pelo menos 30 rádios do interior -e foi lançada há apenas duas semanas.
A gravadora de Bráulio, a Bonde Samba, de Hortolândia (90 km de São Paulo), já está preparando um CD -com tiragem inicial de 2.000 cópias- para lançar no mercado o cantor que explora o mito.
Paralelamente estão realizando uma média de oito shows por final de semana. O investimento ainda é pequeno -cerca de R$ 20 mil.
Fenômeno
Paulino Neves, que também é diretor artístico da gravadora, vai mais longe. "Vamos vender 10 mil cópias do CD em poucos dias. Será um fenômeno", afirmou.
O trabalho deve estar pronto já na sexta-feira e deve chegar às lojas no final deste mês.
A música relata a história de uma mulher que desmistifica o chupa-cabra (leia letra abaixo).
Cantor e letrista de "No Forró do Chupa-Cabra" divergem em pelo menos um ponto essencial.
Paulino Neves não acredita no bicho. "Quero contribuir para o chupa-cabra entrar no imaginário popular como uma grande brincadeira. O brasileiro é brincalhão."
Bráulio já tem suas dúvidas. "Histórias parecidas já aconteceram no Nordeste. Há algo de verdadeiro no bicho."
O cantor já gravou dois discos e espera o sucesso há mais de 15 anos. Fundou sua dupla musical, Divisor e Consciente, em 79. Bráulio era o Divisor. O Consciente, seu irmão, morreu em 89.
Sozinho, o cantor passou a explorar músicas de duplo sentido.
Os títulos de algumas delas, que estarão no CD, não escondem a malícia: "Campo de Nudismo" e "Camisinha", por exemplo.



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