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MÚSICA
Canção desmistifica animal que estaria matando galinhas
Mistério do chupa-cabra vira
tema de forró em Campinas
ANDRÉ RODRIGUES
da Redação
A música "No Forró do Chupa-Cabra" aparentemente não tem
nada demais. Mas seus autores,
Robson Arantes e Paulino Neves,
de Campinas (99 km de SP), têm a
visão de gênios do marketing.
Escolheram como mote para a
canção o chupa-cabra, apelido de
um animal que estaria matando
cabras, galinhas e bois na região de
Campinas. Testemunhas que viram o bicho juram que ele é de outro planeta.
Para cantar os feitos do chupa-cabra, os autores apostaram no
cantor sergipano Bráulio Vieira de
Souza, 46.
"No Forró do Chupa-Cabra"
vem sendo uma das músicas mais
requisitadas pelos ouvintes de pelo
menos 30 rádios do interior -e foi
lançada há apenas duas semanas.
A gravadora de Bráulio, a Bonde
Samba, de Hortolândia (90 km de
São Paulo), já está preparando um
CD -com tiragem inicial de 2.000
cópias- para lançar no mercado o
cantor que explora o mito.
Paralelamente estão realizando
uma média de oito shows por final
de semana. O investimento ainda é
pequeno -cerca de R$ 20 mil.
Fenômeno
Paulino Neves, que também é diretor artístico da gravadora, vai
mais longe. "Vamos vender 10 mil
cópias do CD em poucos dias. Será
um fenômeno", afirmou.
O trabalho deve estar pronto já
na sexta-feira e deve chegar às lojas
no final deste mês.
A música relata a história de uma
mulher que desmistifica o chupa-cabra (leia letra abaixo).
Cantor e letrista de "No Forró
do Chupa-Cabra" divergem em
pelo menos um ponto essencial.
Paulino Neves não acredita no
bicho. "Quero contribuir para o
chupa-cabra entrar no imaginário
popular como uma grande brincadeira. O brasileiro é brincalhão."
Bráulio já tem suas dúvidas.
"Histórias parecidas já aconteceram no Nordeste. Há algo de verdadeiro no bicho."
O cantor já gravou dois discos e
espera o sucesso há mais de 15
anos. Fundou sua dupla musical,
Divisor e Consciente, em 79. Bráulio era o Divisor. O Consciente, seu
irmão, morreu em 89.
Sozinho, o cantor passou a explorar músicas de duplo sentido.
Os títulos de algumas delas, que
estarão no CD, não escondem a
malícia: "Campo de Nudismo" e
"Camisinha", por exemplo.
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