|
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Apagão é
assim mesmo
O caos aéreo perturba
muitas pessoas. Nayara
estava nervosa. E não
era para menos.
Na mala, o vestido de
noiva dobrado com
capricho.
- Meu casamento.
Em Maceió. Às seis da
tarde.
Os vôos estavam interrompidos. Pelo celular, ela contatava com
o futuro marido.
- Alberto... nenhuma
previsão, meu bem...
um beeeeijooo...
Na capital alagoana,
o noivo fumava cigarros e entretinha os
convidados.
- Pois é... o negócio é
esperar mais um
pouco...
Depois de muitas
horas, a situação se
normalizou. Acordos.
Negociações. Bom senso. Nayara pegou o primeiro vôo da manhã.
Paixão e alegria moviam seus dedos ao teclar o telefone.
- Alberto... cheguei... meu amooor...
Mas não havia resposta do outro lado da
linha. Na casa do noivo, a cena deprimente.
O rapaz estava alcoolizado e nu. Nos braços
da belíssima morena
Gilvanka.
Uma antiga namorada que estava na festa
só para dar um beijinho
nos noivos.
O amor é como os
aviões. Por vezes, falha
o controle de tráfego.
voltaire.souza@bol.com.br
Texto Anterior: Quero mais que um amor virtual Próximo Texto: Quem viu sabe Índice
|