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Novas utopias

O ano começa. Tempo de renovação. A relação de Sérgio e Mayara estava em crise.
Sérgio fazia artesanato. Mayara lia cartas de tarô. O casal vivia na liberdade simples de uma edícula na Vila Madalena.
As necessidades financeiras foram crescendo com o tempo.
O amor e a mentalidade hippie deram lugar à amargura.
- Vão cortar a luz, Sérgio. Você não pagou a conta?
Na saída do cinema, Mayara desabafava com as amigas.
- O Sérgio é um avoado. E um galinha também.
- Hum... mas com o tempo ele fica cada vez mais charmoso.
Uma idéia ousada passou pela cabeça de Mayara.
- Vou rifar esse cara. Entre minhas amigas.
A vaidade de Sérgio o levou a aceitar a proposta.
- He he... 20 contos o bilhete.
Idéias antigas de liberdade sexual combinaram-se com o interesse financeiro.
A rifa foi um sucesso e virou mensal. Mayara está orgulhosa. Sérgio, mais ainda.
- Dizem que a utopia acabou. Mas a utopia sou eu.
Sonhos podem ser conquistados. Mas sempre têm seu preço.
 voltaire.souza@bol.com.br


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