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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Ronaldinho, um gaúcho espanhol

Um dia gritei a um microfone que o esporte era a linguagem universal. Ainda deve estar na lembrança de todos a figura do jamaicano Ben Johnson correndo os 100 metros rasos e obtendo um ouro (que o doping lhe tiraria depois) para o Canadá. Outro dia a cubana Argüelo destroçou com nossa equipe feminina de vôlei. Jogando pela Itália. Ai está o queniano Lagat batendo recordes no atletismo para...os Estados Unidos. E os espanhóis nos pregando peças no futsal com os seus... brasileiros. O tema ficou revoluteando em minha cabeça quando vi Ronaldinho Gaúcho se transformando em um nobre cidadão espanhol. Hoje as leis da Fifa impedem que um jogador que participou de uma Copa defendendo um país possa vir a defender um outro. Assim, fica frio. Ronaldinho não vai defender a Espanha contra o Brasil na próxima Copa. Mas... Só por causa da lei da Fifa, é lícito reconhecer. Já não vimos o Felipão cantando o hino de Portugal e ajudando "seu país" a nos derrotar? E Zico esbravejando contra o árbitro por achar que o "seu Japão" estava sendo prejudicado contra o Brasil? Então, cautela! Como favorito, o Brasil joga hoje com os norte-americanos. No futuro enfrentaremos os bumerangues que, saindo das madrassas que os europeus armam em nosso território, voltarão de forma inexorável sobre nossas cabeças. Linguagem universal é o esporte? Linguagem universal é a força da grana que nos toma os craques.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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