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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Aquele era outro Palmeiras

A importância da Copa Rio pelo valor dos litigantes e pelo momento que vivíamos na depressão causada pela perda do mundial de 1950 transcende a toda celeuma originada pela oficialização em título mundial pela Fifa. Foi, bem antes de 1958, o primeiro latido do cão de raça que abandonaria sua postura de vira-lata somente sete anos depois. Pelé é injusto ao comparar esse torneio com tantos outros que o Santos e outros brasileiros ganharam pelos caminhos do mundo. Nem a Copa Rio do ano posterior vencida pelo Fluminense teve um significado igual, seja pela importância dos concorrentes, seja pelo momento psicológico distinto. Certo, a Fifa ao oficializar o feito do Palmeiras entrou num caminho perigoso abrindo um precedente que lhe trará muita dor de cabeça. Mas quero aproveitar e buscar um outro tema nesse enredo: onde ficou aquele Palmeiras vitorioso? Não falo no calor da derrota para o Ipatinga que foi apenas um detalhe nesse concerto. Falo daquele que foi líder do ranking nacional do século passado. Bons times e bons jogadores o Verdão teve através dos anos, mas o bastão que chegaria até diretorias mais recentes morreu na raia. Quem entregaria hoje a camisa da seleção ao Palmeiras que aí está? Então a comemoração não pode exaltar aqueles que a estão festejando. Devem é ser chamados à responsabilidade por transformar um passado de glórias num presente nebuloso.

  Flávio Araújo, jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço. Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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