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Na marca do
pênalti
O futebol é a paixão de
nosso povo.
Para Custódio, era
fonte de angústia e sofrimento. O rapaz era o
principal artilheiro do
timinho do bairro.
O Tiradentes F.C. ia
disputar importante final em um campeonato
de várzea. Era o momento em que a responsabilidade caía em cima
do goleador.
Custódio passou a
noite sem dormir.
O goleiro do time adversário se chamava Julião e tinha fama de ser
imbatível.
- Só espero que a decisão não seja por pênaltis...
Não deu outra. Custódio foi escolhido para
cobrar o último pênalti.
Seu corpo tremia ao
ver a fera guardando o
gol. O juiz apitou. Custódio correu. Soltou a
bomba.
Um grito tomou conta
do público. A bola entrou. Passando por cima
do corpo morto do goleiro imbatível.
É que Julião andava
com umas contas a pagar com o traficante Rominha, que no exato
momento da cobrança
do pênalti se aproximara do gramado.
Fuzilando Julião com
tiros certeiros. Custódio
agora derrama lágrimas
sobre o adversário ensanguentado.
Um goleiro nada pode
quando a cobrança vem
carregada de chumbo.
voltaire.souza@bol.com.br
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