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A hora da
estréia
O país parado. Copa
do Mundo. Egisto
odiava futebol.
- Mas adoro Copa do
Mundo.
Ele acende o cigarro.
- A gente trabalha
bem menos.
Ele vivia de um empreguinho chato na
Assembléia Legislativa.
- Trabalho demais.
Essa é que é a verdade.
Respirou fundo enquanto a fumaça se
dissipava no ar.
- Quero é sombra e
água fresca.
Dia de jogo. Egisto
bateu o ponto e foi logo avisando.
- Desculpem... tenho de me preparar
psicologicamente.
O caminho de volta
para a casa era longo.
- Vou aproveitar a
folga... tomar umas e
outras...
À uma da tarde, ele
já estava no clima.
- Brwasil. Nwowenda zilhõews em azwão...
Saiu do bar para a
rua. No peito, um canto patriótico. Não viu o
Monza acelerando para o primeiro jogo.
Egisto estréia agora
uma outra modalidade
de descanso. No IML.
Mesmo para
quem não torce, a
vida reserva um
cartão vermelho.
voltaire.souza@bol.com.br
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