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Apetite de poder



O ano já está acabando. Mas em Brasília o clima continua agitado.
Rumores. Boatos. Negociações. É o novo Ministério. O deputado Aparício Peroba estava com apetite de poder. No saguão do aeroporto, ele falava ao celular.
-O que é meu ninguém tasca.
Filas. Queixas. Confusões. A situação dos vôos está longe de se normalizar.
-Isso é um absurdo. Estou com pressa.
Acendeu um cigarro. E ameaçou.
-Só não faço um escândalo... porque o país precisa trabalhar.
Uma funcionária da companhia aérea se aproximou. Pedindo calma ao deputado. E sugerindo que ele apagasse o cigarro.
-Você não entendeu, minha filha. Estou apenas exigindo o que é meu.
Num gesto brusco, agarrou a moça. Que se chamava Larissa. O jovem e belo corpo da aeroviária estremeceu nos braços de Peroba.
-O que é meu ninguém tasca. Vamos, Larissa, que o povo tem pressa.
No Motel A Jato, o casal atinge as nuvens. Sem precisar fazer pressão.
O poder, por vezes, é como uma bela mulher. Pede para ser agarrado.
 voltaire.souza@bol.com.br


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