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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Seleção com sotaque

A questão não é a dificuldade que o Afonso tem em pronunciar nosso idioma. Já exportamos muitos que daqui saíram falando pior. Sotaque, pouco importa. Não fora assim como se explicaria que o governo americano teve como um dos seus ícones o alemão Kissinger e o governador da Califórnia seja o austríaco Schwarzenneger. Algo eles enrolam do sotaque germânico original. E também para que ir tão longe se o governo Lula vem de importar e fazer ministro com sotaque e tudo o prof. Mangabeira Unger. Ah! isso não tem nada a ver com o futebol? Concordo, só quero ver se o Afonso é mesmo essa maravilha. Nunca vi. Saberá fazer gols iguais aos que aqui jogam e não são chamados? Mesmo jurando que se convocados jamais darão uma banana à seleção como estão fazendo Kaká e Ronaldinho? É só ver a lista dos artilheiros do último Brasileirão, certame mais forte em todos os aspectos que o holandês. Todos não, porque na organização eles nos ganham de goleada. Mas, bola por bola, brasileiro aprende aqui mesmo. Afonso, 26 anos, já não servirá para disputar a Olimpíada. É chamado, diz Dunga, porque nossos artilheiros estão em má fase ou contundidos. Ainda assim fico com os muitos que aqui clamam por uma convocação. Sem menosprezar ninguém quero ver os gols do holandês pela seleção. Assim como sei que se Jô aqui jogasse na seleção não o veria e que Diego Cavalieri é muito mais goleiro que Doni ou Helton.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço. Correspondência: para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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