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CANELADAS DO VITÃO
Vitor Guedes
Champions é o que tá pegando, truta
Iaiá, minha preta não
sabe o que eu sei, o que
vi nos lugares onde
andei, quando eu
contar, Iaiá, você vai se
pasmar... Alô, povão,
agora é fé! Fogosa
leitora, descontraidaço
leitor, o Santos enfrenta
o reserva do América-MEX pela Libertadores.
Mas o que tá na boca do
povo, com exceção dos
peixeiros, é a final da
Liga dos Campeões:
Milan x Liverpool. É o
que liga, truta!
É lamentável que seja
assim. Não se trata de
patriotada idiota. Sou
contra esse negócio de
seleção ser segunda
pele, execução do Hino
antes de Matonense x
São Bento, considerar
traidor o bacana que
prefere gozar as férias a
valorizar a grade da TV
dando peso à Copa
América, mas o fato é
que não temos mais
identidade. Nem com a
língua. É um tal de
"Champions" pra cá,
"Champions League"
pra lá. Por incrível que
pareça, o inglês Crouch
é mais conhecido em
São Miguel do que
Afonso, cracaço da
seleção! Eu não troco o
rebolado da minha
maranhense pelo
silicone da Paris Hilton,
minha ZL por Londres,
Dicró por Eminem,
bilhete único por green
card e acarajé em Embu
por croissant na
Champs Elysées, mas
não tem jeito. Tô
metendo o pau por
esporte (ah, que
delícia!). Por mais que
Liverpool e Milan não
me digam nada, é claro
que uma partida com
Kaká, Maldini, Gerrard
e Mascherano chama
mais atenção do que
Ávalos e Jonas. E olha
que o Santos tem o
melhor time (titular) do
Brasil. E não é só
futebol, é o climão.
Enquanto o Peixe
enfrenta um time que
está ligando tanto para
a Libertadores quanto
eu para o Pandemônio
do Rio, o duelo em
Atenas é tão importante
para os envolvidos que
tem torcedor bêbado há
uma semana de tão
apreensivo.
Patriotismo é se
indignar com os
escândalos revelados
pela Operação Navalha.
Curtir Milan x Liverpool
é questão de bom
gosto, seja o torcedor
brasileiro, afegão,
inglês ou italiano.
Parei de beber, mas
continuo mamando. E
da série "quem não
chora não mama", alô,
Michelle Giannella,
Vitão aqui está aos
prantos.
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