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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Só a desgraça os une

Quando Julinho Botelho se cansou de ser rei na Itália e quis voltar ao Brasil, inúmeros times correram atrás de seu imenso futebol. Julinho deu preferência ao Palmeiras e, ao vencer seu primeiro contrato, fez questão de renovar em branco, numa demonstração de confiança no clube que defendia. Aquele era o Palmeiras. Hoje o jogador de futuro promissor olha por cima do muro e prefere saltá-lo para defender o vizinho ao lado. Foi assim com Ilsinho, desprezando, é o termo apropriado, o Palmeiras para jogar no São Paulo. É assim com Paulo Baier, rompendo comportas vedadas à saliva. Este é o Palmeiras. Vergonha. O Corinthians de ontem, e que conheci de perto, de Gilmar, Cláudio e Luizinho, até a democracia com Sócrates e companhia, teve presidentes fortes até nos maus momentos. O de hoje é refém da prepotência de um técnico que se vale da fraqueza do presidente que se eterniza no cargo que não honra. Curioso: o técnico que se tornou intolerável era o goleiro estranho no ninho da democracia. Não é por outro motivo que o Corinthians não ganha nem do Pirambu ou que o Palmeiras não segura nem preparador físico e iniciará hoje contra o São Caetano uma série de três jogos de conseqüências inimagináveis. Diferente nas fugas de Ilsinho e Fagner, é que este não pulou o muro para reforçar o rival, porém, ambos, e mais Paulo Baier, deram uma solene banana aos incompetentes unidos na crônica de seus fracassos.

  Flávio Araújo , jornalista, radialista, escreve aos domingos neste espaço. E-mail: flaypi@uol.com.br


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