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Ajuste
de contas
Fim de ano. Tempo de
confraternizações. Augusto recebeu a notícia pelo
e-mail de um antigo colega de escola. A turma de
72 do Colégio Pintassilgo
ia se rever. Ele deu um risinho.
-Bando de gordos. De
fracassados.
Seu sucesso profissional
no ramo da publicidade
era inquestionável.
-Vou chegar na minha
BMW blindada. Só para
humilhar.
O encontro foi num afamado bufê da zona oeste.
A Companhia do Amendoim.
Augusto apareceu num
terno de grife. O físico
ainda em forma.
Soltando sobre os antigos colegas um bafo de
uísque importado.
-Careca, você, hein? He
he.
Antigos rancores vieram
à tona num jorro de impropérios.
-Babacas. Perdedores.
Saudosistas.
A arrogância parou,
entretanto, diante de
uma antiga musa. Priscila tinha sido belíssima. Era agora uma
matrona de seus 80
quilos.
Augusto caiu de
joelhos. Cego pela
bebida. Embriagado de um ideal já
morto.
-Minha paixão.
A mulher mais bela
do mundo. Priscila.
O enfarte veio
junto com as lágrimas de um amor irresolvido.
É que o sucesso
material não paga as
contas penduradas
da paixão.
voltaire.souza@bol.com.br
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