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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Pato a Medellin... sem Pato

Não é erro copiar-se o que é certo. O pecado de Abade não teria existido se a cronometragem extra-campo vigorasse no futebol. Você dirá que até no basquete acontece e eu direi que sim, é possível, mas é muito mais raro. Enchem os árbitros de prerrogativas e responsabilidades quando o melhor é aliviá-los ao máximo possível da carga. Bato-me por uma mesa de cronometragem, dois tempos de 30 ou 35 minutos, parou o jogo, parou o cronômetro. Soou o congo, tchau e bênçâo. Acabaria a cera, a perda de tempo na formação da barreira e o árbitro carregaria menos peso a sobrecarregar seus sentidos. O tema é velho: na Copa de 78 o galês Clive Thomas disse ter acabado o jogo Brasil e Suécia antes que Zico cabeceasse para as redes o gol que daria a vitória ao Brasil e poderia determinar um outro resultado para uma Copa do Mundo. Agiu dentro da lei e fora do mais comezinho princípio de bom senso. Querem robotizar o futebol com arbitragens eletrônicas e não introduzem sequer uma modificação tão simples e barata. O Sul-Americano Sub-20 pode dar hoje ao Brasil o título de campeão, uma vaga para as Olimpíadas ou um nada honroso terceiro lugar. Nunca vi um torneio com competidores tão irregulares. Mesmo com a mão da fortuna pendendo para o nosso lado já temos uma derrota concreta: nossa seleção é a pior na disciplina, mas pode ser a menos ruim na bola. Se você acha que vencer é o que importa...

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço. Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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