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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Milan, da Brasil

Vendo o espetáculo da final da Liga dos Campeões da Europa nas luminosas imagens de Atenas, transportei-me até Londres, onde a seleção brasileira voltará nesta semana. Conheci os originais dos dois estádios em 1963 e vejo que as maravilhas da modernidade não correspondem à qualidade do futebol em seus gramados. Em Wembley, vi a flecha mortal sair dos pés de Pepe lá de Trafalgar Square e abater o mitológico Banks. Em Atenas, as tabelas de Pelé e Coutinho. Bem depois, de volta a Wembley, a maior exibição de uma seleção brasileira num amistoso: o show de Sócrates e Zico, em 1981, contra os ingleses misturava o ritmo brejeiro de Zequinha de Abreu à erudição de Villa-Lobos no time que Telê armava para o mundial da Espanha. Amistoso era motivo para exibição. Não servia só para a CBF faturar como será nesta semana. Desligo o ontem, volto ao presente: foi brilhante a imagem do novo estádio grego em contraste com o futebol opaco de Milan e Liverpool. O Milan continua devedor de seus brasileiros. Já foi de Mazzola, Amarildo, Dino Sani e hoje é de Kaká. Não esquecendo Seedorf, não mais o jovem de 1998, mas ainda craque. E quem mais? Nada além de jogadores comuns, mas que conseguiram ganhar um Mundial Interclubes como antes já ganharam Copas do Mundo e nos deixaram puxando angústia. Por quê? Organização, profissionalismo. O Liverpool? Ao perdedor uma sopa rala de batata inglesa ao seu gosto.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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