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editorial

Mais um crime passional

São Paulo assistiu essa semana a mais um crime bárbaro. Um rapaz que já havia sido condenado a mais de sete anos de prisão em 2006, por roubo, foi preso sob a suspeita de ter assassinado friamente sua ex-namorada, recepcionista de uma academia, com quatro tiros.

Crimes passionais infelizmente não são raros, mas esse caso se cerca de detalhes preocupantes. A garota já havia registrado quatro queixas por ameaças e agressões cometidas pelo rapaz -a última em novembro.

Além disso, o rapaz estava em liberdade condicional porque, na visão da Justiça, havia tido bom comportamento quando preso. Segundo a polícia, em crimes de ameaça e de pequeno potencial ofensivo, juízes não determinam a prisão temporária.

Os últimos casos públicos -como a de uma menina feita refém e assassinada em Santo André- pedem reflexão sobre os procedimentos da Justiça, da polícia e de como há certa liberalidade com alguns crimes, como ameaças.

A garantia de direito às mulheres teve um enorme impulso com a criação das delegacias especializadas de proteção à mulher. Esse é um exemplo de como o Estado pode agir com eficiência.

É certo que os índices de criminalidade são alarmantes e exigem prioridades. Criar leis mais rígidas também pode não ser a solução -especialmente em momento de comoção pública. Mas o maior estímulo ao crime é a segurança da impunidade -e ela precisa ser combatida.

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