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Contribuição menor a
autônomo sai até dezembro
SENADO RETOMA AS VOTAÇÕES HOJE, E PROJETO ESTÁ NA PAUTA. ALÍQUOTA PAGA AO INSS POR MÊS CAIRIA DOS ATUAIS 20% PARA 11% DO SALÁRIO
O Senado retoma hoje as
votações com um projeto importante para o trabalhador:
na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o governo
incluiu a queda de alíquota
para os autônomos, que hoje
pagam 20% do salário para o
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Se houver aprovação, a contribuição seria de
11%. O objetivo é aumentar o
número de contribuintes.
Para os senadores ouvidos
pelo Agora, o projeto deve
passar no máximo até o recesso, que ocorre no mês que
vem, se modificações no texto
-se houver qualquer mudança, o projeto volta à Câmara,
onde já foi aprovado.
"Pela importância desse
projeto e pela pressão do governo, ele já pode ser aprovado amanhã [hoje]. Se isso não
ocorrer, a aprovação sai na
máximo até a semana que
vem", disse o senador Edison
Lobão (PFL-MA). Ele defende a
queda para os autônomos.
Já o senador José Agripino
(PFL-RN) é um pouco mais
cauteloso. "Ainda temos de
discutir algumas regras do
projeto [a Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas]. Alguns
Estados reclamam que podem
perder receita [com a redução
do limite de faturamento das
empresas para pagar uma alíquota menor]", disse. Mas
quanto à redução de alíquota
do INSS para autônomos, o senador é favorável. "Acho que
pode ser bom para o trabalhador. Vamos votar o projeto antes do recesso", afirmou.
O senador Paulo Paim (PT-RS) também acha que a redução deve ser colocada logo em
prática. "Devemos aprovar o
projeto sem modificações."
Para o senador Augusto Botelho (PDT-RR), é preciso analisar se a redução de alíquota
não pode penalizar o caixa da
já "combalido" Regime Geral
da Previdência. O senador Arthur Virgílio (PSDB -AM) disse
que a oposição não tinha
identificado no texto do projeto de lei a redução da alíquota
para autônomo. Ele vai estudar melhor o assunto, mas
acha que a votação não deve
ocorrer na sessão de hoje.
Assim que votar...
Segundo o ministro da Previdência, Nelson Machado,
disse em entrevista exclusiva
ao Agora na semana passada,
o governo já começa a adotar a
alíquota menor assim que o
projeto passar."Nós temos hoje 70 e tantos milhões de brasileiros trabalhadores com 16
a 59 anos de idade, dos quais
28 milhões estão fora do sistema. Desses 28 milhões, 14 milhões ganham mais que um
salário mínimo, então eles podem contribuir ao INSS", disse.
"Se o trabalhador informal,
o que trabalha por conta própria, como o camelô, fizer uma
contribuição hoje, ela é de
20%. Se você imagina que o
salário é de R$ 350, 20% é
muito", afirmou o ministro.
Se o projeto passar, a contribuição mínima de um autônomo, com base no salário
mínimo de R$ 350, passará de
R$ 70 para R$ 38,50. Já a
maior contribuição, com base
no teto do INSS, que está em
R$ 2.801,82, vai diminuir de
R$ 560,36 para R$ 308,20.
Para contribuir com a alíquota de 11%, o trabalhador
não pode ter registro em carteira. Ele só poderá se aposentar por idade (60 anos para
mulheres e 65 para homens)
com esse tipo de contribuição.
Caso escolha depois a aposentadoria por tempo de contribuição, é preciso pagar ao
INSS a diferença entre os 11%
e os 20%, com juros.
(Ellen Nogueira e Juca Guimarães)
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