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Pedalada de pelados
acaba em prisão na Paulista
POLÍCIA PRENDEU MANIFESTANTE QUE HAVIA TIRADO O
TAPA-SEXO. HOUVE CONFUSÃO E PM USOU GÁS DE PIMENTA
Um protesto de ciclistas pelados e seminus na avenida
Paulista acabou em confusão
ontem, com a prisão de um
dos manifestantes, acusado
de ato obsceno, e o uso de gás
de pimenta por parte da Polícia Militar. Com os corpos pintados trazendo mensagens
como "não me mate" e "por
menos poluição" e usando, e
tirando, em sua maioria sungas, biquínis e bermudas, cerca de cem manifestantes pediam mais segurança para
quem usa bicicleta na cidade.
A manifestação, que começou por volta das 14h na praça do Ciclista, na Paulista,
perto da rua da Consolação,
iria dar uma volta na avenida
e retornar à praça. Durante o
percurso, parte dos ciclistas
abaixavam as roupas e ficavam momentaneamente nus.
A confusão começou por
volta das 14h30, quando a
polícia prendeu o analista de
sistema André Pasqualini, 34
anos, um dos líderes do cicloativismo em São Paulo.
Pasqualini, que usava um
tapa-sexo feito com páginas
de revistas masculinas, amarrado com cordões, ficou nu e
foi levado pela polícia. "Havia
cerca de 20 pessoas sem roupa. E eles só pegaram a mim,
o porquê eu não sei", diz Pasquilini. Ele foi liberado após
um termo circunstanciado ter
sido registrado na delegacia.
Segundo o major Benjamin
Francisco Neto, que estava no
local para controlar a manifestação, o analista de sistema
foi preso pois era o único que
estava completamente nu no
local. "Os outros abaixavam a
sunga, mas depois colocavam
de volta", afirma.
Além da detenção do analista de sistema, houve empurra-empurra e focos de discussões entre policiais e participantes do "passeio nudista". Em determinado momento, a polícia jogou gás de
pimenta para inibir os manifestantes, que levantavam
suas bicicletas para o alto em
protesto.
Motivo da nudez
Os ciclistas afirmam que
queriam chamar a atenção
das autoridades e dos motoristas de carro e pedir mais
segurança para quem usa a
bicicleta como um meio de
transporte em São Paulo.
Para isso, aderiram ao movimento "World Naked Bike
Ride", uma espécie de passeio
em que os ciclistas tiram a
roupa para protestar. O evento, que acontece em várias
partes do mundo, nunca havia acontecido no Brasil.
"Ficamos pelados no protesto para mostrar como um
ciclista se sente andando pelas ruas. Ou seja, completamente desprotegido", argumentou o estudante de educação física Hugo Edgard, 30
anos. (Mariana Poli)
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