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Menino de sete anos
está desaparecido há 5 dias
MORADORES DO BAIRRO ONDE A CRIANÇA MORA PROTESTARAM NA MANHÃ DE ONTEM PARA COBRAR EMPENHO DAS AUTORIDADES NA INVESTIGAÇÃO DO SUMIÇO DO GAROTO
O estudante Murilo Silveira,
7 anos, está desaparecido
desde as 15h30 da última
terça-feira. Segundo a família, ele chegou da escola e, em
seguida, saiu de casa, na rua
Gervásio Leite Rebelo, Jardim
Pery Alto (zona norte), com
dois amigos. Desde então,
não voltou mais. Um boletim
de ocorrência foi registrado no
72º DP (Vila Penteado), mas
até agora não há pistas do
paradeiro da criança.
A falta de respostas para o
desaparecimento, segundo a
mãe do menino, foi o motivo
do protesto que reuniu na
manhã de ontem os moradores do bairro Pery Alto na rua
Dário Vilares Barbosa, altura
do número 1000, próximo à
casa da família, que fica na
favela dos Sem-Terra.
Com cartazes reivindicando
justiça e rigor nas investigações, os manifestantes chegaram a bloquear a via das 8h
às 9h. De acordo com a polícia, os moradores atearam fogo em pneus, lixo e madeira,
e a passagem de ônibus e carros teve de ser interrompida.
Policiais militares e bombeiros foram acionados e, por
volta das 9h30, tanto o fogo
quanto o protesto foram controlados. Segundo a PM, participaram do ato cerca de 50
pessoas -para os manifestantes, eram ao menos 150.
Não houve feridos nem detidos pela polícia, que classificou o protesto como pacífico.
"Meu filho está vivo. Eu tenho fé. Meu filho não está
morto. Quem pegou vai devolver meu filho", disse desesperada a dona-de-casa
Silvania Magna de Barros, 39
anos, que afirma estar vivendo os piores dias de sua vida.
Segundo a mãe, Murilo pode ter se inspirado na irmã
Suelen Magna Silveira, 13
anos, que na semana retrasada ficou um dia fora de casa.
Silvania conta que os filhos se
sentem insatisfeitos de morar
na favela, e que a menina fugiu como forma de protesto.
Foi Suelen quem voltou com
Murilo da escola na tarde em
que ele sumiu. Ela lembra que
depois de almoçar, dormiu no
sofá e não viu os dois amigos
do irmão o chamarem em casa. "Quando acordei, ele não
estava mais aqui", disse. Testemunhas viram o garoto com
os dois colegas.
Na hora do sumiço, a mãe
não estava em casa. Ela havia
ido ao hospital para levar
roupas ao marido, que foi
atropelado e estava internado. Os outros três filhos do casal, de 11, 5 e 3 anos, também não estavam.
A família negou ter inimigos
no bairro e disse que ninguém
da favela conhece os meninos
que chamaram Murilo. "Eu
não estou dormindo nem comendo. Nem sei como estou
em pé. Eu choro muito à noite", disse com lágrimas nos
olhos Silvania. (Talis Mauricio)
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