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 Médico chinês é solto, e polícia prende portuguesa

MULHER TOMAVA CONTA DE CATIVEIRO, NO JABAQUARA, A PEDIDO DO NAMORADO, QUE TERIA COMANDADO SEQÜESTRO DE DENTRO DA PENITENCIÁRIA DO ESTADO

O médico pediatra chinês Chen Tse Gen, 38 anos, foi seqüestrado às 7h30 de ontem, quando voltava para casa, na capital, após fazer plantão noturno no Hospital São Lucas, em Diadema (ABC).
Ele trafegava com seu Citröen Xsara pela avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, no Jabaquara (zona sul de SP), quando foi abordado por dois homens armados em uma moto. Um dos bandidos entrou no carro e, escoltado pelo outro, levou o médico -que há um ano se naturalizou brasileiro- até o cativeiro, na rua Urbino, numa favela do Jabaquara.
Às 11h de ontem, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima que indicava o local do cativeiro. Foi até lá e encontrou o médico deitado em um dos cômodos, com pés e mãos amarradas e o rosto coberto por uma toalha. A portuguesa Sônia Cristina Luis Martins, 26 anos, tomava conta da vítima. Mesmo armada com uma pistola de calibre 45, ela não ofereceu resistência. Sônia ficará presa na Cadeia de Pinheiros.
Sônia contou à polícia que recebeu orientações de seu marido -Cloife Aparecido Cruvinel Boreski, 27 anos, preso na Penitenciária do Estado, na capital, e condenado a 11 anos por latrocínio e tráfico- para encontrar um cativeiro a ser usado em um seqüestro. Por isso, ela teria emprestado a casa de uma amiga. Sônia também teria a função de tomar conta da vítima. Por isso, receberia uma recompensa -o valor não foi combinado.
Segundo a portuguesa -que mora no Brasil há 11 anos-, os dois seqüestradores entregaram a vítima para ela e sumiram. Disseram que pediriam R$ 20 mil de resgate, mas ainda não haviam falado com a família do chinês, que só soube do seqüestro depois de solucionado.
Para o delegado Wagner Giudice, da DAS (Delegacia Anti-Seqüestro), a quadrilha é inexperiente -usou um cativeiro fácil de ser descoberto e iria pedir pouco dinheiro. Ele já pediu autorização à Justiça para ouvir ouvir o marido de Sônia. "Não é a primeira vez que alguém comanda um seqüestro de dentro da cadeia", afirmou. (Fábio Grellet)



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