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Ônibus lotado tem 9 pessoas por metro quadrado

CÁLCULO FEITO PELO AGORA MOSTRA QUE LOTAÇÃO ESTÁ ACIMA DO RECOMENDADO PELA PREFEITURA -4 PASSAGEIROS POR M2

O Agora foi às ruas e constatou que o paulistano precisa enfrentar uma verdadeira "lata de sardinha" para ir e voltar do trabalho de ônibus. Segundo um cálculo aproximado, em cada metro quadrado dos ônibus da capital existem cerca de nove passageiros -quatro a mais do que é recomendado pela própria Secretaria Municipal de Transportes.
A secretaria afirma que a quantidade de passageiros por m2 funciona com um "termômetro". Se houver cinco ou mais pessoas por m2 veículo, é preciso aumentar o número de partidas de ônibus para que os passageiros viajem com mais conforto. O Agora constatou que isso não vem sendo feito.
Na última sexta-feira, a reportagem viajou, por volta das 7h, na linha 7454 (Cohab Educandário/Terminal Princesa Isabel). Uma placa no ônibus indicava que a capacidade do veículo é de 34 passageiros sentados e 38 em pé. No entanto, o Agora contou 68 pessoas em pé e 34 sentadas. Além disso, havia pessoas penduradas nas portas abertas, os chamados "pingentes". Na semana passada, um passageiro morreu após cair de um ônibus em movimento na zona sul. Ele estava pendurado na porta do veículo.
Nos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), por exemplo, são transportados, em média seis passageiros por m2. No metrô, a média é de sete pessoas por m2. O problema é maior na linha 3/vermelha, a mais movimentada, que transporta todos os dias 1,1 milhão de usuários. Os ônibus levam diariamente cerca de 6 milhões de passageiros em São Paulo.
Superlotação

O problema de superlotação se agravou nas últimas semanas, pois as viações começaram a deixar veículos nas garagens, alegando problemas financeiros. A diminuição da frota estaria ocorrendo devido a uma dívida da prefeitura de R$ 17 milhões referente às gratuidades realizadas no sistema em 2004.
A retirada dos veículos seria uma maneira de reduzir custos para conseguir pagar o 13º dos funcionários. A categoria promete fazer greve caso haja qualquer atraso no pagamento do benefício. Nesta queda-de-braço também entraram os 30 ônibus biarticulados, os "Martões", que circulavam na zona sul e têm capacidade para 250 passageiros. Todos foram retirados das ruas. A SPUrbanuss alegou que a prefeitura parou de pagar, em março, a remuneração específica deste serviço (leia ao lado). (Giovanna Balogh, Fábio Mazzitelli e Mirla Prieto)



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