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Estado ameaça servidor em greve com prisão

SEGUNDO O GOVERNO, TRIAGEM ESTARIA SENDO FEITA NOS POSTOS POR PESSOAL NÃO CAPACITADO, COMO ASCENSORISTAS. SINDICATOS NEGARAM AS ACUSAÇÕES

A Secretaria de Estado da Saúde informou ontem que "acionará a polícia" para verificar possível "crime de exercício ilegal da medicina" por parte dos servidores públicos que estão em greve desde o dia 10. Segundo a nota da secretaria, "funcionários não capacitados estão realizando a triagem na porta das unidades, decidindo quem pode ou não receber atendimento". Entre os funcionários estariam oficiais administrativos e ascensoristas.
O SindSaúde, que representa a categoria dos servidores do Estado na saúde, e o Sindicato dos Médicos, reagiram negando a informação. Segundo o SindSaúde, antes mesmo do início da paralisação, a população e a imprensa foram informados que "os trabalhadores em greve permaneceriam em seus locais de trabalho para manter o atendimento aos internados e aos casos de urgência e emergências". "Isso é questão de responsabilidade", diz a nota.
"O Estado está querendo jogar a população contra nós", disse o médico Otelo Chino Júnior, diretor do Sindicato dos Médicos. Segundo ele, agendamentos e informações são funções de funcionários não-médicos, mas a triagem "é sempre feita por médicos".
Chino disse que há quatro anos o governo se recusa a discutir salário com a categoria. "Só nos últimos 30 dias fomos chamados três vezes ao Palácio dos Bandeirantes e nenhuma proposta foi feita."
O Cremesp, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, informou que, como em greves anteriores, foi informado que a paralisação foi decidida em assembléia e que as "urgências e emergências serão atendidas".
Clóvis Francisco Constantino, presidente do Cremesp, disse que a "triagem médica e a priorização dos casos devem ser feitas por médicos". "Até agora, não recebemos nenhuma denúncia de que essa prática vem sendo quebrada."
Na semana passada, o Ministério Público instaurou inquérito civil, requisitando informações da Secretaria da Saúde e do Sindsaúde sobre a greve. O Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Saúde Pública e da Saúde do Consumidor) quer saber quais providências estão sendo tomadas para que serviços de urgência e emergência não sejam interrompidos. As partes têm 20 dias para responder. (FSP)



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