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Servidores farão greve contra reforma

SERVIDORES NÃO QUEREM MUDANÇAS NAS APOSENTADORIAS E FARÃO GREVE CONTRA A REFORMA PREPARADA PELO GOVERNO FEDERAL PARA O ANO QUE VEM

Os servidores públicos reclamaram da iniciativa do governo de retomar a reforma da Previdência do funcionalismo, iniciada em 2003.
O governo pretende regulamentar no início do próximo ano a reforma aprovada no Congresso há três anos e que prevê a implantação de um teto para as aposentadorias do servidor e a criação de um fundo complementar de aposentadoria, para quem contribuir com um valor maior.
Hoje a contribuição do servidor é de 11% sobre o valor do salário, e o valor da aposentadoria é igual ao do último pagamento quanto ativo.
Depois de aprovada a reforma, o servidor também teria o valor do benefício limitado ao teto do INSS, que hoje está em R$ 2.801,56.
Para receber mais de aposentadoria, o servidor teria que contribuir para um fundo de pensão complementar. Desse modo, o governo pagaria, com recursos públicos, apenas o valor até o teto do INSS -o excedente sairia do fundo de pensão escolhido pelo servidor. Segundo o Ministério do Planejamento, o governo ainda estuda qual seria a alíquota de contribuição paga pelo servidor para o fundo de pensão. Cogita-se algo entre 6% e 7%. O governo também deverá contribuir com um percentual.
A Condsef (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal) afirmou que a entidade fará greves e manifestações caso a proposta de reforma seja mantida.
"A posição da confederação é clara. Somos contra qualquer reforma que tire direitos trabalhadores. E se o governo insistir nas mudanças, faremos greve", afirmou Gilberto Jorge Cordeiro, secretário de administração da Condsef.
A Confederação argumenta que não existe déficit na Previdência, principalmente no setor público e que o governo errou por não ter feito mais concursos nos últimos dez anos para repor os funcionários que se aposentaram.
Atualmente são 513 mil servidores federais na ativa e 375 mil aposentados.
"Diminuiu o número de servidores e aumentou a quantidade de aposentados. O governo investiu na terceirização quando deveria ter feito mais concursos. Com mais servidores, a arrecadação também seria maior", disse.
Os servidores estaduais também são contra a reforma. "Não é justo exigir que os aposentados continuem contribuindo", disse Filemon Reis, secretário-geral do Sindalesp (Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa). A entidade tem duas ações coletivas contra a cobrança dos inativos, que já é válida desde agosto de 2004.
Os servidores municipais discutem o assunto no dia 6.
"Em toda reforma o governo dificulta a aposentadoria do servidor", disse João Gomes, secretário-geral do Sindsep, sindicato dos servidores do município. (Juca Guimarães)



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