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Brasil considera insuficiente primeira versão de guia para Rio+20
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CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
O Brasil considerou "insuficiente" a primeira versão do documento que guiará a Rio+20, conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável que acontece em junho no Brasil.
Numa reunião de quatro horas e que contou com 21 ministros e com representantes da sociedade civil, ficou definido que o país tentará levar à ONU um texto com mais "ambição" para ser negociado pelos chefes de Estado na cúpula.
Segundo o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota, todos os membros da comissão nacional que discute a Rio+20 pediram o maior detalhamento dos objetivos de desenvolvimento sustentável no texto. Também falta no rascunho do documento a menção a padrões insustentáveis de produção e consumo, algo que o Brasil quer ver sobre a mesa.
O chamado "rascunho zero", um texto de 19 páginas divulgado no mês passado pela ONU, contém uma síntese dos "desejos" de 193 países para o resultado final da conferência. Ele foi editado a partir de 6.000 páginas de documentos. Como precisa refletir o consenso entre todos, acabou saindo com uma linguagem mais aguada.
"A maioria das preocupações do Brasil está contemplada ali, mas não com o mesmo nível de ambição", disse à Folha Fernando Lyrio, assessor extraordinário para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente. "A maior parte dos países acha que nós temos de avançar, mas o entendimento de cada país do que seja avançar difere."
Alguns países em desenvolvimento, por exemplo, se opõem à chamada "economia verde". Eles veem na produção sustentável --na certificação ambiental de produtos agrícolas, por exemplo --uma brecha para a imposição, pelos países desenvolvidos, de barreiras não tarifárias às suas commodities.
Os países ricos, por sua vez, torcem o nariz para cobranças em relação a padrões de consumo. "O Brasil pode ser um país ponte, tem condição de unir [as posições de] vários países", disse a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira a jornalistas.
O anfitrião continua com expectativa alta em relação à presença de chefes de Estado na conferência. Os convites aos presidentes e premiês para comparecerem à cúpula do Rio foram enviados oficialmente apenas em janeiro. Trinta líderes já confirmaram presença, entre eles o chinês Hu Jintao, o indiano Manmohan Singh e a alemã Angela Merkel.
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