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HA 20 ANOS: Japão cobra indústria e antecipa prazo para acabar com gases antiozônio
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DANILO JANÚNCIO
DO BANCO DE DADOS
Folha - 13.mai.1992 - O Japão informou ontem que pretende antecipar o prazo para as suas indústrias abolirem a produção e o uso de substâncias químicas que agridem a camada de ozônio que circunda a Terra.
A camada de ozônio protege o planeta da radiação ultravioleta emitida pelo Sol, funcionando como uma espécie de escudo.
O ministro do Comércio Internacional e Indústria, Kozo Watanabe, pediu a 72 representantes de empresas japonesas empenho para que essa meta possa ser alcançada em 1996, e não até o ano 2000, como estava previsto.
Em abril, Watanabe já antecipara a intenção do governo japonês de banir antes do tempo a manipulação de produtos químicos como o gás CFC (cloro-fluor-carbono), usado para refrigeração e em sprays em lata, e considerado o principal causador do buraco na camada de oxônio.
O ministro reconheceu a dificuldade de cumprir as novas metas, mas afirmou ser imperativo para o Japão assumir uma responsabilidade global. Até o fim de 1991, o país havia cortado a produção de CFC em 16% em relação aos níveis de 1986. O objetivo deste ano é reduzir a produção em 43% (em relação a 1986).
O que preocupa o governo é se as pequenas e médias empresas serão capazes de cumprir o apelo até 1996. Para isso, o governo sugeriu que as empresas maiores facilitem às menores o uso de suas instalações de pesquisa.
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MEIO AMBIENTE
Oitava colocada no ranking das maiores poluidoras do rio Tietê, segundo a Cetesb, a indústria Aços Villares vai investir US$ 4,5 milhões no controle da poluição ambiental até o final de 1994.
O projeto faz parte de acordo entre a indústria, em São Caetano do Sul, e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
O acordo integra o plano de despoluição do rio Tietê e prevê que a metalúrgica instale equipamentos para controle de emissão de poluentes líquidos no rio Tamanduateí até setembro de 1993. De acordo com a Cetesb, a Villares despeja 75 quilos de poluentes por dia no rio, na maior parte, ferro.
A empresa deve realizar uma substituição progressiva do tipo de combustível utilizado em equipamento nas unidades de siderurgia. A intenção é reduzir para zero as emissões de enxofre na atmosfera --hoje são cerca de 220 toneladas por ano.
Eduardo Knapp - 12.mai.1992/Folhapress | ||
Fachada da indústria Aço Villares, no ABCD paulista, a oitava maior poluidora do rio Tietê segundo a Cetesb |
BRASIL
O Brasil fechou nessa semana a primeira conversão de parte de sua dívida externa por projetos de proteção à natureza.
O grupo Nature Conservansy, dos EUA, usará US$ 850 mil obtidos por doações privadas para comprar títulos da dívida brasileira e vai doá-los para a Fundação Pró-Natureza (Funatura). Eles devem ser trocados por "títulos ambientais" do governo brasileiro, com juros de 6% ao ano.
Os juros, vão valer US$ 132 mil por ano, serão aplicados na conservação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas. O principal doador dos US$ 850 mil é o American Express.
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MUNDO
O governo da Rússia cede a pressão dos EUA e está a ponto de eliminar por completo as relações comerciais com Cuba. O fim da URSS afetou o comércio dos cubanos com Moscou e jogou a economia da ilha numa crise sem precedentes.
A Rússia deveria ter comprado 1 milhão de toneladas de açúcar cubano neste ano, um corte de 3 milhões de toneladas em relação a 1991. Mas parece que nem isso será cumprido.
No último dia 18 de abril, o presidente norte-americano, George Bush, manifestou disposição de apertar ainda mais o cerco ao regime de Fidel Castro. Bush pediu a "outros países" que contribuam para que se torne mais asfixiante o embargo econômico vigente há 30 anos.
Em visita à Europa, o presidente do Parlamento cubano, Juan Escalona, pediu que não se permita que os EUA "continuem destruindo Cuba e a América Latina".
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COTIDIANO
Jorge Araújo - 12.mai.1992/Folhapress |
Irmã do apresentador Silvio Santos, Sara Soares abraça o marido Gil Soares ao sair da delagacia antissequestro no Rio |
Após passar 15 horas e 20 minutos dentro do porta-malas de um Chevette em que foi sequestrada, a irmão do apresentador Silvio Santos, Sara Benvida Soares, 48, foi resgatada ontem pela polícia do Rio.
O carro estava a 100 m do Arsenal de Guerra no Caju, zona norte do Rio, em uma rua guardada por sentinelas do Exército, que não soube explicar como os sequestradores conseguiram chegar até ali. Amarrada e amordaçada, Sara só saiu duas vezes do porta-malas: para escrever um bilhete à família, como "prova de vida", e para lanchar.
A divisão antissequestro do Rio chegou aos acusados do sequestro a partir de escutas telefônicas e de informantes. Presos, um dos acusados revelou onde estava estacionado o carro com Sara. O marido da vítima, Gil Soares, disse que a família havia pago o resgate de US$ 500 mil, mas, no final da tarde, negou que houvesse feito o pagamento.
Sara foi sequestrada no dia 11 de maio, às 10h10, por quatro homens em frente ao prédio onde mora, na Tijuca, zona norte do Rio.
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FRASE
"Se nos unissemos e enaltecessemos os policiais, para que fossem ainda mais corajosos do que são, para que não ficassem pendentes de punição, para que pudessem perseguir os marginais, dar ordens de parar e quando os marginais não parassem, então atirassem, como ocorre nos Estados Unidos."
SILVIO SANTOS
apresentador e dono do SBT, que teve a irmã sequestrada e libertada no Rio ontem, ao indicar o caminho que a polícia deveria seguir para ser mais eficiente no país
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Os Estados Unidos por pouco não participaram da Eco-92. Quando o presidente norte-americano, George Bush, finalmente confirmou sua participação na conferência apenas no dia 13 de maio de 1992, menos de um mês antes do início dos trabalhos.
No mesmo dia, a oposição do Partido Democrata criticou a atitude do governo e agiu com frieza. O senador Albert Gore disse que Bush estava engajado "em símbolos, não em substâncias" e que a viagem ao Rio era apenas "camuflagem para abordagem fraca e cínica da administração para o ambiente".
O presidente Bush só resolveu participar quando EUA e Europa chegaram a um acordo sobre o documento que trata do controle de emissão de poluentes que causam o efeito estufa. Os europeus insistiam em que o tratado incluísse objetivos específicos e prazos definidos. No entanto os norte-americanos bateram o pé e exigiram um texto genérico, apenas com delarações de boa vontade. E conseguiram.
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