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15/05/2012 - 12h01

HÁ 20 ANOS: Medições no oceano Índico reforçam teoria do aquecimento global

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JEFFERSON CORREDOR
DO BANCO DE DADOS

Folha - 15.mai.1992 - Oceanógrafos australianos anunciaram ontem o primeiro registro do aumento de temperatura do mar em águas profundas. Com base em medições feitas na região entre a Austrália e a Nova Zelândia, no oceano Índico, a pesquisa tenta provar que o nível do mar no hemisfério Sul está subindo.

Segundo John Church, da Organização para Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade Britânica, as observações "são um passo importante para confirmar as mudanças climáticas relacionadas ao aumento da temperatura global causado pelo efeito estufa".

De acordo com o pesquisador, a alta concentração de gás carbônico na atmosfera da Terra está aquecendo o planeta e derretendo as geleiras dos polos, o que causaria a elevação no nível dos oceanos e colocaria várias cidades debaixo d'água.

Os países do sudeste da Ásia e da Oceania têm razões para se preocupar. Maumoom Abdul Gayoom, presidente das ilhas Maldivas, que ficam próximas do Siri Lanka, no oceano Índico, afirmou que a república poderá perder até 80% de suas ilhas até 2030, caso o nível do mar suba 20 cm por ano, média prevista por estudos recentes.

2009/Divulgação
Barreira de coral em Queensland, Austrália, ecossistema sensível ao aquecimento dos oceanos
Barreira de coral em Queensland, na Austrália, ecossistema sensível ao aquecimento dos oceanos

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BRASIL

O empresário Pedro Collor de Mello disse ontem em entrevista em Maceió (AL) que pretende colocar na cadeia o empresário Paulo César Farias, o PC, ex-tesoureiro da campanha do irmão Fernando Collor à Presidência. Pedro afirmou que vem sendo ameaçado de morte, desde que iniciou suas denúncias contra o empresário.

"Depois que eu vir o PC na cadeia, podem me matar. Só contratarei seguranças depois que ele estiver preso", afirmou. "Enquanto o PC puder usar o Fernando (Collor), ele vai fazer, mas depois vai traí-lo como fez com tantos outros".

Ao responder sobre a suposta ilegalidade do enriquecimento de PC, Pedro disse que "a constatação disso vai se verificar de forma muito clara a partir do momento em que ficarem públicas e notórias as declarações de Imposto de Renda dele".

Há uma semana, Pedro divulgou um dossiê com denúncias contra PC, acusando-o de ter embolsado US$ 15 milhões dos US$ 100 milhões arrecadados na campanha de Fernando Collor. Ele também acusa PC de extorquir empresários que haviam se comprometido a ajudar Fernando Collor com os gastos da campanha.

A polêmica entre Pedro Collor e Paulo César Farias começou com a disputa no setor de comunicação em Alagoas. PC pretende relançar o jornal a "Tribuna de Alagoas", que seria o principal concorrente da "Gazeta de Alagoas", dirigido por Pedro.

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CULTURA

Divulgação
Pintura de Arnaldo Baptista, feita para capa de "O A e o Z".
Pintura de Arnaldo Baptista feita para capa de "O A e o Z".

Será lançado neste mês "O A e o Z", álbum de músicas inéditas dos Mutantes, gravado em 1973. Por sugestão do guitarrista Sérgio Dias Batista, único membro original do grupo que se manteve nele até o fim, a Polygram editará o CD, já que também é a responsável pelos trabalhos solo dos ex-Mutantes Rita Lee e Arnaldo Baptista.

"É interessante essa volta de uma banda morta. Fico chocado porque eu preferiria ver coisas novas sendo lançadas", disse Sérgio. "Grupos como os Titãs são filhos do silêncio que veio depois que o Exército 'matou' Gil e Caetano. Até as drogas são as erradas hoje", completa.

O interessante é que o consumo de drogas foi um dos componentes essenciais na música de Sérgio, Rita e Arnaldo. E "O A e o Z" não foge a regra. Sérgio Dias confessa que mal se lembra das gravações do projeto, o primeiro sem Rita Lee, no estúdio Eldorado.

De acordo com ele, o LP não foi lançado na década de 70 porque o diretor da gravadora, André Midani, "não teve ousadia de segurar". "É um disco progressivo, marcado pelo gênio do Arnaldo", assegura. Dinho, baterista que participou da gravação em 73, dá uma opinião menos otimista: "É devagar".

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MUNDO

Resgatado e equipado com um sistema de propulsão de 12 toneladas, o satélite Intelsat-6 seguiu ontem finalmente para sua rota correta no espaço, depois de ter ficado vários meses fora de sua órbita original. O satélite, avaliado em US$ 150 milhões, é propriedade de um consórcio internacional de comunicação formado por 121 países.

Anteontem, os astronautas Pierre Thuot, Tom Akers e Rick Hieb passaram 8 horas fora da nave tentando resgatar o aparelho e colocá-lo no compartimento de carga do ônibus espacial Endeavour, para que um novo motor fosse acoplado ao satélite.

Transmitida ao vivo pela TV, a operação de resgate salvou também a reputação da Nasa, a agência espacial dos EUA, que estava em uma maré de azar desde a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986. "Anteontem a magia voltou ao programa espacial", disse com nostalgia o responsável pela missão Intelsat-6, Daniel Guldig.

A Nasa prevê que o satélite esteja disponível para transmitir sinais de telefonia e televisão a tempo para os Jogos Olímpicos, que começam daqui a um mês, na cidade de Barcelona, Espanha.

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ESPORTE

O técnico Carlos Alberto Parreira anunciará amanhã o time que jogará o amistoso contra a Inglaterra. A escalação mais provável é: Carlos; Luiz Carlos Winck, Mozer, Ricardo Gomes e Branco; Mauro Silva, Luiz Henrique, Raí e Paulo Sérgio; Renato e Bebeto.

A única dúvida do treinador da seleção brasileira é se escala o atacante Paulo Sérgio ou o meia Valdo, na partida que será realizada em Wembley no próximo dia 17. Valdo tem mais experiência, mas Parreira quer avaliar o rendimento de Paulo Sérgio contra a defesa de marcadores duros da Inglaterra.

Assediado pela imprensa de Londres, que quer saber em que pé anda o futebol brasileiro, Parreira disse que "não há saída para a seleção do Brasil a não ser a volta ao passado". E concluiu: "Quero dar liberdade para os jogadores criarem e desenvolveram seu talento natural".

O técnico ainda arriscou uma previsão: "Futebol é uma coisa que está no sangue, cresce com a pessoa, e, se tivermos tempo para nos prepararmos adequadamente para a Copa de 94, seremos mais uma vez uma grande força".

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FRASE

"O presidente demonstrou que não quer nenhum tipo de denúncia sem apuração"

MARCO MACIEL
líder do governo no Senado, a respeito das denúncias que Pedro Collor, irmão do presidente Fernando Collor, faz contra PC Farias

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Leia mais no Acervo Folha

O consumo de bananas na região onde ficava a Alemanha Oriental foi de 25,5 kg por pessoa no ano passado. Esse é o maior consumo de bananas per capita do mundo e equivale a 127 dessas frutas por habitantes em 1991.

Isso se explica porque, durante o regime comunista que vigorou na Alemanha Oriental por mais 40 anos, o produto era considerado artigo de luxo: poucos tinham a chance de experimentar a fruta.

Vencedores no ranking dos loucos por banana, os alemães são seguidos pelos australianos (17,1 kg), suecos (16,3 kg) e finlandeses (14,1 kg).

 

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