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15/06/2012 - 19h56

Para ex-líder do clima na ONU, Rio+20 não terá metas

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SABINE RIGHETTI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Dois anos se passaram desde que o austríaco Yvo de Boer perdeu o cargo de secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas após o fiasco da COP-15, a conferência do clima de Copenhague, na Dinamarca.

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Na época, havia expectativa de um acordo climático global com metas para os países ricos e com compromissos de redução de emissões para os países em desenvolvimento -- o que não aconteceu.

Hoje, acompanhando a Rio+20 com certo distanciamento e fazendo aparições em eventos paralelos à cúpula, por exemplo nesta sexta-feira no Rio/Clima, Boer disse duvidar que a Rio+20 terminará com metas para o clima.

Em entrevista à Folha, ele também criticou a proliferação de formas para financiar o desenvolvimento sustentável, como o fundo de U$S 30 bilhões anunciado pelo G-77 (grupo de países pobres e em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte) na quarta-feira.

"Precisamos de dinheiro nos fundos que já existem e não de novos meios de financiamento."

Folha - Quais são as suas expectativas para o documento final que dará base a Rio+20?

Yvo de Boer- Acredito que teremos um documento final que vai fomentar uma discussão nos próximos anos. Não acho que esse texto que está sendo discutido trará metas. A Rio+20 é uma conferência de processo, ou seja, para abrir uma discussão que definirá metas no futuro.

Mas isso não deixa o debate muito amplo e disperso?

O problema é que houve pouco tempo para preparar o documento base da Rio+20 [cerca de quatro meses; na Rio-92 foram 15 meses de preparo]. Os trabalhos começaram muito tarde.

Na Rio-92 havia três tratados que estavam prontos para serem assinados quando a conferência começou: sobre desertificação, biodiversidade e mudanças climáticas. Agora nós temos apenas um grande texto. Essa conferência vai deslanchar um processo.

É importante sabermos onde estamos agora porque muita coisa mudou desde a Rio-92. Depois, discutiremos as metas que queremos atingir.

O que o senhor achou da criação do fundo de U$S 30 bilhões pelo G-77?

Acredito que precisamos de mecanismos de financiamento de economia verde. Mas eu estou observando uma proliferação de fundos criados para fomentar o desenvolvimento sustentável.

Há fundos internacionais, fundos de países e há instituições que também têm seus fundos, como alguns bancos. É muito importante mobilizar recursos de financiamento para a economia verde, mas deveríamos tentar mobilizar mais dinheiro para os fundos que já existem no lugar de criar fundos novos.

Então não precisamos de mais formas de financiamento para o clima?

Tenho certeza de que precisamos de mais dinheiro, mas não sei se precisamos de mais fundos. Se a Rio+20 decidir mobilizar U$S 30 bilhões para os países em desenvolvimento vai ser ótimo. Mas seria mais estratégico trabalhar para fazer funcionar os fundos que já existem.

 

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