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04/03/2013 - 05h03

Viagens aéreas aumentam emissão de carbono

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ELISABETH ROSENTHAL
DO "NEW YORK TIMES"

Um voo de ida e volta de Nova York para a Europa cria um efeito de aquecimento equivalente a duas ou três toneladas de dióxido de carbono por pessoa. Um americano médio gera cerca de 19 toneladas de CO2 por ano. Um europeu médio, dez toneladas.

Por isso, se você fizer cinco voos longos por ano, eles poderão representar três quartos das suas emissões. Em outras palavras, para muitas pessoas, as viagens aéreas são o mais grave pecado ambiental.

Apesar de as emissões de viagens aéreas responderem hoje por apenas 5% do aquecimento global, essa fração deverá aumentar significativamente, já que o volume das viagens aéreas aumenta muito mais depressa que os ganhos na eficiência do combustível de aviação.

É por isso que em 2008 a União Europeia decidiu incluir a aviação em seu plano de controle de emissões. "Acreditamos que as pessoas que podem pagar uma passagem aérea também podem pagar pela poluição de sua viagem", diz Connie Hedegaard, a comissária europeia para Ação Climática.

Em um processo jurídico sem êxito no Tribunal Europeu de Justiça no ano passado, companhias aéreas dos Estados Unidos argumentaram que a UE não tinha o direito de taxar as emissões dos voos transatlânticos porque eles entram no espaço aéreo internacional.

No outono, os EUA aprovaram uma lei que proíbe as companhias americanas de participar do sistema de negociação de emissões da UE, pelo qual as empresas pagam taxas quando produzem emissões excessivas de carbono.

A Airlines for America, um grupo setorial das companhias americanas, propôs estabelecer metas de emissões para os voos de hoje até 2020 e adicionar penalidades financeiras somente depois.

Nancy Young, a vice-presidente para assuntos ambientais do grupo, disse que o esquema europeu custaria para as empresas aéreas americanas US$ 3,1 bilhões entre 2012 e 2020, acrescentando: "Ele tira dinheiro da aviação americana e o coloca nos cofres europeus".

Mas alguns na indústria contestam essa visão. "Eu acho que as companhias aéreas exageram nessa dificuldade", disse David Hodgkinson, ex-diretor de serviços jurídicos da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), um grupo setorial. "Não entendo por que a oposição é tão forte, já que isso é relativamente simples e o custo é geralmente baixo e transferido para os passageiros."

Ele disse que a companhia australiana Qantas adotou o esquema europeu, pelo qual as companhias devem comprar as chamadas permissões de carbono quando superam as metas de emissões anuais, que diminuem ano a ano.

Alguns analistas estimam que o programa europeu acrescentaria cerca de US$ 5 ao preço de um voo transatlântico típico. Outros notam que os preços das passagens poderão aumentar muito mais em consequência do plano. O preço dos créditos de carbono varia como uma ação e hoje está em um piso recorde.

Neste ano, a UE está coletando os pagamentos de emissões dos voos na Europa. Isso prejudicou a competitividade das companhias europeias em um mercado agressivo, disse Thomas Kropp, vice-presidente-sênior da Lufthansa.

A comissária europeia Hedegaard disse que, se a Organização Internacional de Aviação Civil (Icao) não elaborar um programa sólido, baseado no mercado, em setembro, a UE começará a coletar as taxas de emissões de todos os voos que chegam e saem de seus aeroportos.

Como os EUA se comportarão nas negociações das companhias aéreas neste ano "será um bom teste", segundo Hedegaard, de se o presidente Obama seguirá sua promessa de abordar a mudança climática.

 

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