Gás natural pode vir a sabotar plano para cortar CO2, diz estudo
O plano do governo Obama para reduzir o peso dos EUA no aquecimento global está ancorado no gás natural, combustível que emite metade do CO2 comparado ao carvão. Inundar a economia com esse combustível, porém, traria melhora pífia para o clima, ou até mesmo piora.
Essa é a conclusão de um novo estudo internacional que simulou o que a entrada de gás natural barato no mercado de energia pode fazer com a emissão de gases causadores de efeito estufa.
O trabalho reúne cinco simulações feitas com diferentes metodologias, mas todas com conclusões semelhantes.
O gás natural de fato ajudou na queda nas emissões de CO2 dos EUA entre 2007 e 2012, pois substituiu carvão em grande medida. Isso ocorreu graças à técnica de fraturamento hidráulico, que permite explorar reservas de gás que antes eram inacessíveis.
A um preço baixo, porém, o gás roubará mercado não apenas do carvão, mas também das energias renováveis que emitem zero carbono, como a eólica e a solar. E a produção de gás natural também promove vazamentos de metano, um gás de efeito estufa mais forte do que o CO2.
Tudo isso levado em conta, num mundo onde a produção de gás natural aumentaria 170% até 2050, a emissão de gases-estufa pouco se alteraria. O espectro de alteração previsto pelos cientistas, liderados pelo Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste (EUA), vai de uma queda de 2% até um aumento de 11% na produção de CO2.
O estudo, publicado na revista "Nature", contradiz um relatório de 2011 produzido pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), segundo o qual o gás natural permite cortar emissões em até 50% e seria um bom "combustível de transição" para uma economia verde.
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