Após um ano de suspensão, Japão retoma caça às baleias nesta terça
03.jul.2000/AFP | ||
Pescadores japoneses cortam corpo de baleia no porto de Wada, diante de crianças de escola local |
Quatro baleeiros japoneses zarparam nesta terça-feira (1°) rumo ao oceano Antártico, acabando com a suspensão de um ano das expedições de caça às baleias, anunciou o governo do Japão.
"Dois baleeiros zarparam de Shimonosoki (sudoeste) com patrulheiro da agência esta manhã, enquanto o barco principal partiu de outro porto. Um quarto baleeiro zarpou de um porto do Nordeste para unir-se à frota" afirmou uma fonte da Agência de Pesca.
A missão, que deve prosseguir até março, inclui um barco principal e mais três navios com uma tripulação total de 160 pessoas. "Mais uma vez, uma frota de baleeiros zarpa para cometer um crime contra a natureza", denuncia em um comunicado Claire Bass, diretora da organização HSI (Humane Society International).
A associação ecológica Sea Shepherd anunciou que um barco, o "Steve Irwin", vai zarpar de Melbourne (Austrália) para acompanhar frota japonesa e impedir que cometa "qualquer atividade ilegal".
O consumo de carne de baleia é uma tradição no Japão, um país de pescadores, onde o animal é caçado há muitos séculos. A indústria baleeira registrou seu auge após a Segunda Guerra Mundial, para alimentar um país que então passava fome. Mas a degustação deste tipo de carne diminuiu à medida que o Japão se transformava em uma das economias mais ricas do planeta.
O país foi obrigado a renunciar à temporada de caça à baleia em 2014-2015 após uma denúncia da Austrália à Corte Internacional de Justiça. O tribunal considerou que a questão envolvia a pesca comercial e não científica, como alega o governo nipônico.
O Japão apresentou um novo plano de caça à Comissão Baleeira Internacional, que prevê a captura de 3.996 baleias Minke na Antártica nos próximos 12 anos. O número representa a média de 333 por temporada, contra 900 do plano condenado pela Justiça internacional.
O Japão caça baleias aproveitando uma brecha da moratória de 1986 que permite a caça com fins científicos. O governo não esconde, no entanto, que muitas baleias caçadas terminam sendo vendidas para o consumo.
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