Projetos combatem o mito de que alimento feio não é bom para comer
Para combater o desperdício, vendedor e consumidor precisam acabar com mitos como o de que alimento feio não é bom para comer.
"Vivemos um excesso de embelezamento e desperdiçamos alimentos com beleza interior, tão nutritivos quanto outros", diz Gabriela Yamaguchi, gerente de campanhas do Instituto Akatu.
Ela se refere ao aproveitamento de vegetais com aparência fora do padrão comercial. Por aqui, o Atacadão, do grupo Carrefour, expõe em oito lojas de São Paulo e do Rio Grande do Sul o projeto "Sans Form", em que vegetais disformes são vendidos com 40% de desconto às quartas, em gôndola especial.
O assunto ganha força desde 2013, com a criação da cooperativa "Fruta Feia", em Portugal. Nos EUA há o grupo "Imperfect Produce" e, na França, o Les Gueules Caseés, que também atua na Alemanha e no Japão.
Todos eles inventaram formas de vender vegetais com formas atípicas em mercados ou diretamente ao consumidor, e militam contra o desperdício de alimentos.
Na Dinamarca, a ONG DanchurchAid é mais ousada: vende comida recolhida dos mercados e itens com data de validade passada, mas em perfeito estado. A rede Wefood tem preços até 50% mais baixos e duas lojas em Copenhagen. O lucro vai para a projetos contra a fome.
"Estimamos a qualidade do produto pelo senso comum. Enlatados, chocolates e refrigerantes, por exemplo, podem ser vendidos fora da data de validade. É absurdo pensar que há famintos em tantas partes do mundo e jogamos fora comida boa", disse à Folha Per Bjerre, presidente da Wefood.
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