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06/07/2010 - 10h25

Pressionado, relator tira poder de Estados para reduzir floresta

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NANCY DUTRA
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

A nova proposta do Código Florestal retira dos Estados o poder de reduzir as matas nas margens dos rios, as chamadas APPs (áreas de preservação permanente).

O ponto foi a principal alteração sugerida pelo relator da nova lei na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que apresentou ontem o esboço do texto.

A versão final do parecer será votada hoje na comissão especial que analisa o tema. Também serão analisados quatro votos em separado, que contestam o relator.

Pressionado pelo Ministério do Meio Ambiente, o deputado resolveu recuar. O projeto inicial previa que Estados poderiam diminuir ou aumentar em 50% as APPs.

Caso a mudança seja mantida pelo relator, os Estados apenas poderão decidir sobre desmatamento de APPs em casos de atividade de "baixo impacto". O texto não especifica essas ações.

Rebelo afirmou que mudou o projeto em função das críticas que recebeu, mas que discorda da alteração. "É uma ignorância urbana [o que pediram]. Refuto o argumento de permissão ao desmatamento, quero proteger os pequenos produtores."

Apesar de ter cedido ao lobby ambientalista, o deputado decidiu manter na proposta do Código Florestal outra questão polêmica. Deixou quase intacto o dispositivo que anistia os produtores de multa por desmates feitos antes de julho de 2008.

Somente acrescentou a necessidade de os agricultores recuperarem a vegetação desmatada, sem dar prazo.

Mario Mantovani, do SOS Mata Atlântica, afirmou considerar o novo texto pior que o anterior. "Ficar remendando um texto que já não estava satisfatório só confunde."

Os produtores reclamaram da retirada da possibilidade de os Estados legislarem sobre as APPs. "Voltamos à vala comum", reclamou Enori Barbieri, secretário de Agricultura de Santa Catarina.

O deputado ruralista Valdir Colatto (PMDB-SC) também se queixou. "Quanto mais o relator conversa com ambientalistas, mais retrocede nas posições." Ele apresentou um voto em separado.

O diretor de florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros, disse que ficou satisfeito com a alteração, mas ainda há preocupação em relação à anistia aos desmates.

 

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