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Chanceler mexicana encerra "turnê climática" na América Latina
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DA REUTERS, EM CARACAS
A chanceler mexicana, Patrícia Espinosa, encerrou nesta quinta-feira (27) na Venezuela sua viagem pela América Latina em busca de um consenso regional nas negociações climáticas globais.
A localidade mexicana de Cancún será a sede, em dezembro, de uma conferência da ONU que tentará definir um novo tratado que estabeleça as obrigações de cada país no combate à mudança climática.
Espinosa desembarcou em Caracas na quarta-feira à noite, procedente de Equador e Bolívia, e se reuniu com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.
Esses três governos esquerdistas sul-americanos foram especialmente críticos ao chamado Acordo de Copenhague, do ano passado, por falta de maiores obrigações aos países ricos.
"Concordamos que é muito importante e urgente que consigamos um acordo construtivo em Cancún que permita realizar uma ampla agenda de ações em matéria de luta contra a mudança climática", disse Espinosa ao final da reunião.
"Esse intercâmbio nos permitiu fazer uma avaliação do momento em que estamos e das ações que temos de realizar para conseguir esse acordo substancial", acrescentou.
No começo do mês, a ministra mexicana havia visitado Chile, Argentina, Brasil e Colômbia com o mesmo objetivo.
DÍVIDA CLIMÁTICA
A obtenção de um consenso com os governos mais à esquerda pode ser mais complicada, já que eles acusam os países ricos de se esquivarem da sua "dívida climática" e de sabotarem o acordo climático que era esperado para Copenhague.
"Concordamos em continuar trabalhando muito de perto para que a reunião de Cancún tenha os resultados que a humanidade está esperando", afirmou Maduro.
Em abril, a Bolívia organizou uma cúpula alternativa sobre os "direitos da Mãe-Terra", da qual participaram 20 mil pessoas, entre indígenas, ativistas, especialistas e público geral.
Após o encontro foi elaborado um documento a ser apresentado na conferência de Cancún, com propostas como uma declaração de direitos da "Mãe-Terra" e a criação de um tribunal ambiental mundial.
O Acordo de Copenhague, que não é de cumprimento obrigatório, sugere que as nações industrializadas reduzam até 2020 suas emissões de gases do efeito estufa para níveis entre 25% e 40% inferiores aos de 1990.
Divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre as responsabilidades de cada lado impediram que um acordo mais ambicioso fosse adotado.
Especialistas dizem que, mesmo em Cancún, será difícil alcançar um acordo de caráter obrigatório, o que faz com que as expectativas se voltem para a conferência Rio+20, em 2012.
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