Mais da metade dos incêndios no país ocorre em área privada

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta terça-feira dados que indicam que mais de 67% do total de focos de incêndio no país estão localizados em áreas privadas. Segundo a ministra, os incêndios acontecem porque fazendeiros e índios usam o fogo como manejo e perdem o controle das queimadas provocadas.

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De acordo com o levantamento, 13% dos focos estão em áreas indígenas, 8% em assentamentos da reforma agrária e 7% em unidades de conservação. O cerrado é a região mais atingida pelos focos.

O Ministério do Meio Ambiente, que já investiu R$ 30 milhões no combate aos incêndios, anunciou a liberação de mais R$ 20 milhões para as operações, que devem se estender até meados de setembro, quando as chuvas voltam à região. A ministra informou, ainda, que grande parte dos recursos é gasta para apagar incêndios em propriedades privadas no entorno de unidades de conservação, para que as unidades não sejam atingidas.

É o que aconteceu no Parque Nacional das Emas, no sudoeste de Goiás, que perdeu 90% de sua área em um incêndio iniciado em 13 de agosto. Segundo o Ministério, os 10 km em volta do parque são ocupados pelo plantio da soja de onde teria partido a frente de fogo.

Entre os dias 13 e 14 de agosto, o vento espalhou as chamas pelo parque em menos de 48 horas, apesar dos esforços dos brigadistas e das equipes do Ibama e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e só agora está sob controle.

A perícia está apurando onde começou o incêndio e de quem é a responsabilidade pela destruição.

Segundo a ministra, esse não é o ano no qual ocorreu a maior quantidade de queimadas. Em 2007 esse número foi maior, chegando a quase 38 mil, contra os 12,5 mil registrados até agora. O levantamento final sobre a situação real só sairá em novembro.