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01/09/2010 - 10h08

Em 36 horas, fogo devora 83% do Parque Nacional das Emas

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CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

O drama das queimadas de agosto no Brasil ainda não se resolveu, mas sua maior vítima está clara: o cerrado.

Dados divulgados ontem pelo Ibama mostram que, em apenas 36 horas, no dia 13, o fogo consumiu 83% dos 133 mil ha do Parque Nacional das Emas, em Goiás.

No Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins, foram registrados 4.875 focos de calor no mês passado, e mais de 150 brigadistas ainda lutam contra o fogo.

Divulgação
Tamanduá-bandeira no Parque Nacional das Emas (GO); parque teve 83% de sua área devorada por incêndios
Tamanduá-bandeira no Parque Nacional das Emas (GO); parque teve 83% de sua área devorada por incêndios

Outra unidade de conservação importante do bioma, o Parque da Serra da Canastra (MG), só teve seus incêndios controlados ontem.

O cerrado é particularmente vulnerável a incêndios criminosos por ser uma vegetação aberta. Embora queime periodicamente, os incêndios naturais no bioma são causados por raios, já no início da estação chuvosa, e são contidos cedo pela água.

A fauna destruída por grandes incêndios pode levar décadas para se refazer.

"É a maior perda que tivemos até agora", disse a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) sobre a situação do parque das Emas.

"HOTSPOT"

O parque é importante porque o cerrado é um "hotspot" de biodiversidade, ou seja, concentra um grande número de espécies ameaçadas que não ocorrem em nenhuma outra parte.

Além disso, Emas abriga várias populações de animais de grande porte, como tamanduás-bandeira, porcos-do-mato e onças.

Segundo Christian Berlinck, coordenador de Emergências Ambientais do Instituto Chico Mendes, esse é provavelmente o incêndio mais grave em uma unidade de conservação em uma década -o anterior foi no próprio parque das Emas.

Os fogos foram iniciados em fazendas no entorno do parque e rapidamente espalhados na área pelo vento.

"Como no ano passado choveu muito, as gramíneas cresceram e houve grande acúmulo de biomassa", disse Berlinck. Aliado à secura, isso criou uma "tempestade perfeita" para o fogo.

Agora, as duas equipes do Instituto Chico Mendes que estão no local precisam lidar com outro problema: os caçadores. Com a rebrota da vegetação após o fogo, veados e outros bichos começam a voltar às áreas queimadas, onde são alvo fácil.

O resultado da perícia que apontará os responsáveis deve sair nesta semana, afirmou Berlinck. Se condenados, eles podem pegar até quatro anos de cadeia.

 

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