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11/10/2010 - 08h41

Software da Embrapa avalia sustentabilidade de fazendas do Pantanal

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GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Com cerca de 90% de seu território dividido em fazendas, o Pantanal acaba de ganhar uma ferramenta para avaliar a sustentabilidade dessas propriedades.

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A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pantanal, após oito anos de estudo, desenvolveu um software que mede o desempenho das fazendas em três frentes: ambiental, econômica e social.

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O programa -que será lançado em novembro no Simpan (Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal)-- junta essas informações e chega a uma nota que diz se a fazenda é ou não sustentável.

Adriano Vizoni/Folhapress
Arara vermelha na fazenda Nhumirim, onde está sendo feita a pesquisa da Embrapa sobre índice de sustentabilidade
Arara vermelha na fazenda Nhumirim, onde está sendo feita a pesquisa da Embrapa sobre índice de sustentabilidade

"O Pantanal tem características muito particulares, que fazem com que os conceitos aplicados em outros ecossistemas não sirvam como parâmetro", afirma Walfrido Tomás, responsável pelos indicadores ambientais.

Segundo a Embrapa, a inclusão dos fazendeiros no processo de conservação é essencial, porque a maior parte das terras pantaneiras não pertencem ao Estado, diferentemente de outros ecossistemas, como a Amazônia.

A ideia do projeto é, em breve, funcionar como subsídio para avaliações mais profundas, como as feitas por certificadoras ambientais, que conferem selos à produção sustentável.

Após o lançamento, o programa será distribuído para alguns produtores e também estará disponível na internet gratuitamente.

"O software auxilia a tomada de decisões e mostra de forma detalhada praticamente todos os aspectos da fazenda. Fica mais fácil saber o que está dando certo e o que está indo mal", disse o coordenador da parte econômica, Urbano de Abreu.

Os pesquisadores tentaram simplificar ao máximo o preenchimento dos dados, mas, em alguns casos, o produtor pode precisar do auxílio de um especialista, como um técnico agrícola.

A Embrapa afirma que vai investir em cursos de capacitação para os produtores e seus funcionários. O objetivo, de acordo com o órgão, é que a avaliação seja cada vez mais simples para o fazendeiro. Quase intuitiva.

INDICADORES

"Como a diversidade biológica é imensa e a gente não consegue medir tudo, nós usamos indicadores que são capazes de mostrar todo o contexto da fazenda", afirma Walfrido Tomás.

De acordo com os pesquisadores, o mesmo conceito também foi usado para chegar ao indicadores econômicos e sociais. "Nós fomos às fazendas, entrevistamos patrões e funcionários e ouvimos o que eles tinham a dizer. A opinião do pantaneiro, seu modo de vida, conta muito", disse Sandra Santos, coordenadora dos indicadores sociais.

Segundo ela, a qualidade de vida dos funcionários da fazenda depende diretamente do que é fornecido pelos patrões. Por isso, acesso à água e transporte, por exemplo, tem grande peso na hora da avaliação. "Carteira assinada, por outro lado, é uma obrigação. O produtor que tem não ganha pontos, mas o que não tem é duramente penalizado."

A plataforma foi pensada para levar em consideração a imprevisibilidade do ambiente e também a interação entre os indicadores.

"Não adianta ir bem só em um aspecto. Para receber o grau de sustentabilidade, é preciso estar bem em todos os índices", afirma o pesquisador Urbano de Abreu.

 

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