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Mundo árabe enfrenta agravamento de crise da água, diz relatório
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DA REUTERS
O mundo árabe, uma das regiões mais secas do planeta, enfrentará uma grave escassez de água já a partir de 2015, prevê um relatório divulgado na quinta-feira.
A partir de então, os árabes terão de sobreviver com menos de 500 metros cúbicos de água por ano, abaixo de um décimo da média mundial de mais de 6 mil metros cúbicos per capita, informou o relatório produzido pelo Fórum Árabe para Ambiente e Desenvolvimento (Afed, na sigla em inglês).
"O mundo árabe já vive uma crise de água que apenas vai se agravar com a inação," diz o relatório, acrescentando que o abastecimento per capita caiu para apenas um quarto dos níveis de 1960.
O rápido crescimento da população pressionará ainda mais os recursos de água. De acordo com projeções da ONU (Organização das Nações Unidas), os árabes, que agora somam quase 360 milhões, vão se multiplicar para quase 600 milhões até 2050.
A mudança climática agravará a questão. Até o fim deste século, os países árabes poderão vivenciar uma queda de 25% nas chuvas e uma aumento de 25% nas taxas de evaporação, de acordo com modelos de mudança climática citados no relatório.
"Como resultado, a agricultura abastecida pela chuva ficará ameaçada, com a estimativa que as colheitas médias sofram um declínio de 20%", diz o documento.
Treze países árabes estão entre as 19 nações com mais escassez de água do mundo. As pessoas de oito países árabes já têm de sobreviver com menos de 200 metros cúbicos por ano.
"Sem mudanças fundamentais nas políticas e nas práticas, a situação vai se agravar, com ramificações sociais, políticas e econômicas drásticas", diz o relatório.
As condições variam pela região, mas dentro de apenas cinco anos o Iraque e o Sudão passarão pelo teste da escassez de água, definido como mais de mil metros cúbicos anuais per capita, assumindo que o abastecimento vindo da Turquia e da Etiópia continue nos níveis atuais.
A agricultura consome 85% do uso de água árabe, em comparação com a média mundial de 70%. A eficiência da irrigação é de apenas 30%, contra a média mundial de 45%.
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