Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/12/2010 - 07h01

Acordos climáticos em Nagoya e Cancún se destacam nas questões ambientais

Publicidade

DE SÃO PAULO

Leia a seguir os fatos mais marcantes de 2010:

Ciência / Economia / Mundo / Cotidiano / Poder / Esporte / Tecnologia / Ilustrada / Equiíbrio e Saúde

BOA NOTÍCIA

Na contramão de prognósticos sobre a extinção dos ursos-polares --um deles indica que o desaparecimento ocorreria em cem anos--, uma nova pesquisa da Fundação Nacional de Ciências dos EUA sugere que o animal pode ser salvo apesar das mudanças climáticas.

Divulgação
Plataforma de gelo essencial à sobrevivência de ursos-polares não vai desaparecer de modo irreversível
Plataforma de gelo essencial à sobrevivência de ursos-polares não vai desaparecer de modo irreversível

Segundo o estudo, as plataformas de gelo do Ártico, essenciais para o bicho poder caçar e sobreviver, não vão desaparecer de uma forma irreversível. Mas o planeta precisa manter o nível de dióxido de carbono em 450 partes por milhão --o nível atual é de 390. Ou seja, uma redução de pelo menos 70% nas emissões de poluentes.

BP

Em 20 de abril, explode a plataforma Deepwater Horizon, da empresa de exploração petrolífera British Petroleum, ou BP. O incidente provoca a morte de 11 pessoas e o derramamento de óleo em águas do golfo do México, tornando-se um dos piores desastres ambientais a atingir os Estados Unidos --aproximadamente 4,9 milhões de barris foram despejados.

Na época, a BP organizou um fundo de ajuda financeiro e o ex-presidente executivo Tony Hayward admitiu posteriormente que a BP não estava preparada para lidar com a "maré negra" --um pouco antes, Hayward havia sido substituído por Bob Dudley na direção da empresa.

Em novembro, o governo dos EUA entra com uma ação contra a BP e mais oito empresas associadas, para que todos os pagamentos com prejuízos ambientais e custos envolvidos na limpeza da área sejam cobertos.

Lee Celano /Reuters
Funcionário contratado pela BP tira óleo que vazou para praia dos EUA; acidente provocou morte de 11 pessoas
Funcionário contratado pela BP tira óleo que vazou para praia dos EUA; acidente provocou morte de 11 pessoas

CAMADA DE OZÔNIO ESTÁVEL

A camada de ozônio manteve-se estável na última década. Até o meio do século, ela deve ficar gradualmente mais grossa e voltar a ser como antes dos anos 1980. Na Antártida, porém, onde o buraco na camada de ozônio é grande, a recuperação será mais demorada. Ele deve se fechar somente somente no fim do século 21.

Os cientistas atribuem o sucesso à decisão tomada em Montréal, no Canadá, em 1987, de interromper a produção dos clorofluorocarbonetos (CFCs) em produtos como sprays aerossóis e refrigeradores --CFCs são os principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio.

CÉTICO

Divulgação
Cético do aquecimento global, dinamarquês Bjorn Lomborg muda de ideia e passa a defender combate a mudança climática
Cético do aquecimento global, dinamarquês Bjorn Lomborg muda de ideia e passa a defender combate a mudança climática

O mais famoso cético do aquecimento global chamado pelos seus oponentes de "Hitler do clima", o dinamarquês Bjorn Lomborg muda de ideia. Ele diz ao jornal britânico "Guardian" que vai agora lutar contra a mudança climática e aproveita para lançar um livro em que pede dinheiro em nome da sua nova bandeira.

CÓDIGO FLORESTAL

Aprovado em julho, o novo Código Florestal causaria impactos negativos na fauna brasileira que seriam visíveis já nos próximos cinco anos --redução e extinção de algumas espécies estão entre os danos.

A crítica partiu de cientistas que se reuniram em um evento em São Paulo para discutir o projeto de lei proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Eles reclamam também que o texto não contou com a participação da comunidade científica.

O deputado federal Aldo Rebelo, por sua vez, afirma que as declarações dos cientistas são uma "leviandade" e desmoralizam a ciência. "Essas pessoas precisam parar de fazer afirmações sem comprovação empírica. Isso é irresponsabilidade", disse ele à Folha. O impasse continua.

CONFERÊNCIA EM NAGOYA, NO JAPÃO

AP
Ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryu Matsumoto preside sessão da convenção da ONU sobre diversidade, em Nagoya
Ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryu Matsumoto preside sessão da convenção da ONU sobre diversidade, em Nagoya

Pela primeira vez, metas com números reais para deter a perda de biodiversidade foram determinadas na conferência em Nagoya, em novembro.

O Brasil, aliado a outros países em desenvolvimento, recusou-se a negociar um documento que não incluísse propostas de financiamento claras para enfrentar a perda de espécies mundo afora e, principalmente, um regime global de ABS (em inglês, sigla para "acesso e repartição de benefícios" oriundos da biodiversidade).

O texto final do Protocolo de Nagoya diz que o uso comercial de substâncias ou genes de qualquer espécie nativa de determinado país (planta, animal ou micróbio, por exemplo) depende do consentimento informado do governo desse país.

CONFERÊNCIA EM CANCÚN, NO MÉXICO

A conferência da ONU para o clima, a COP-16, termina de uma forma inesperada. Contra a expectativa de que não haveria anúncios relevantes ao final do encontro, foram firmadas duas decisões : a criação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Kyoto para além de 2012, quando expira o tratado.

Elizabeth Ruiz/Efe
Ativistas ambientais fazem manifestação durante conferência em Cancún; na areia, vê-se a palavra "hope" (esperança
Ativistas ambientais fazem manifestação durante conferência em Cancún; na areia, vê-se a palavra "hope" (esperança)

A Bolívia foi o único a se posicionar contra as decisões da COP-16, e argumentou que o plano não é suficiente para combater as mudanças climáticas. Segundo a delegação boliviana, elas são tão fracas, que poderiam colocar o planeta em risco. O país vai recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia para contestar o resultado da COP-16.

CLIMAGATE

O comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns do Reino Unido concluiu a investigação sobre o chamado "Climagate", no qual pesquisadores da Universidade de East Anglia foram acusados de manipular dados sobre a mudança climática, inocentando o grupo e seu líder, Phil Jones.

De acordo com o comitê, não há evidências de que Jones e seus colegas tenham forjado dados ou subvertido o processo de revisão de artigos científicos para exagerar os perigos do aquecimento global.

DÉCADA MAIS QUENTE

O ano de 2010 encerra a década mais quente já registrada na história e empata com 2005 e 1998 como o ano mais quente. Os dados foram divulgados pela OMM (Organização Meteorológica Mundial).

Segundo quatro séries de dados de temperatura compiladas, até novembro, 2010 estava ligeiramente mais quente que 1998, ano considerado o de temperatura mais elevada desde que as medições sistemáticas começaram, em 1850. Como dezembro começa com um fenômeno La Niña, que tende a resfriar o planeta, pode ser que 2010 acabe um pouco menos quente.

MAPA DO MAR

Um pacotão de pesquisas de acesso livre sintetiza o esforço de dez anos para tornar a biodiversidade dos oceanos menos misteriosa. Uma equipe internacional do Censo da Vida Marinha conseguiu mapear cerca de 230 mil espécies em 25 áreas dos mares.

Mas há uma notícia adicional: entre um quarto e três quartos dos seres vivos marinhos, dependendo da região, ainda precisa ser batizado pela ciência, estimam os pesquisadores.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página