Texto "falso" do Código Florestal causa confusão na Câmara

Um texto "falso" da proposta de reforma no Código Florestal causou confusão na manhã desta quarta-feira nos corredores da Câmara.

Distribuído na Comissão de Agricultura da casa, ele não só não incorpora as sugestões do governo já acordadas com o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), como introduz uma série de pontos adicionais de interesse da bancada ruralista. Um deles é a autorização de desmatamento em áreas de preservação permanente (APPs) para biocombustíveis.

ONG internacional faz críticas ao Código Florestal brasileiro
Negociações de lei florestal ainda não se traduziram para o papel
Código Florestal prevê isenção de reserva legal, afirma relator
Câmara faz sessão extraordinária para votar Código Florestal

Também voltaram ao texto a anistia ao desmatamento em "áreas rurais consolidadas", ou seja, em tudo o que foi desmatado até 2008, e a redução da reserva legal para fins de "regularização", como Rebelo propusera originalmente, e não "exclusivamente para recomposição", como queria o governo.

"Isso aqui só pode ser uma molecagem. Voltou tudo!", esbravejava o deputado Sarney Filho (PV-MA).

"É um texto geneticamente modificado", ironizava a ex-senadora Marina Silva (PV-AC). "Isso aqui é uma expressão do subconsciente ruralista. Freud explica."

Tanto Sarney quanto o deputado Ivan Valente (Psol-SP) criticaram o texto no plenário. Valente pediu a suspensão da sessão.

Finalmente foi esclarecido que o texto oficial de Rebelo ainda não existia e só seria apresentado à tarde.