Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/05/2011 - 11h35

Estudo questiona dados internacionais sobre extinção de espécies

Publicidade

DA FRANCE PRESSE

O ritmo no qual os humanos empurram as espécies de plantas e animais para a extinção através da destruição de seu habitat é duas vezes menos lento do que se acreditava, revelou um estudo publicado na quarta-feira pela revista britânica "Nature", conceituada no meio científico.

De acordo com ele, a biodiversidade da Terra continua a diminuir devido ao desmatamento, às mudanças climáticas, à superexploração e ao lançamento de produtos químicos em rios e oceanos.

"Há evidências de que os humanos realmente estão provocando taxas de extinção extremas", disse um dos autores, Stephen Hubbell, professor de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA).

Mas importantes medições para perdas de espécies divulgadas em 2005 pela Avaliação de Ecossistemas do Milênio, das Nações Unidas, e pelo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), em 2007, baseiam-se em métodos "fundamentalmente falhos" que exageram o risco de extinção, disseram os pesquisadores.

A "lista vermelha" de espécies ameaçadas da IUCN (sigla em inglês para União Internacional para a Preservação da Natureza), outra referência para tomadores de decisões, também é passível de revisão, afirmou.

"Basedos em provas matemáticas e dados empíricos, nós demonstramos que as estimativas anteriores deveriam ser divididas aproximadamente por 2,5", disse Hubbell à imprensa, por telefone.

"É uma boa notícia saber que temos algum tempo para salvar espécies. Mas não é uma boa notícia porque precisamos refazer um grande volume de pesquisas que foram feitas incorretamente", acrescentou.

DADOS CONFLITANTES

Até agora, os cientistas afirmavam que as espécies desaparecem a um ritmo de cem a mil vezes, a chamada "taxa de referência" --taxa média de extinções ao longo da história da vida na Terra.

Relatórios da ONU têm alertado que estas taxas serão multiplicadas por dez nos próximos séculos. E o novo estudo questiona essas estimativas. "O método precisa ser revisto. Não está correto", disse Hubbell.

A pergunta que se faz é por que a ciência errou por tanto tempo? Como é difícil medir diretamente taxas de extinção, os cientistas usam uma abordagem indireta denominada "relação espécie-área".

Este método começa com o número de espécies encontradas em uma dada área e, então, são feitas estimativas de como este número aumenta à medida que a área se expande.

Para descobrir quantas espécies permanecerão quando a quantidade de terra disponível diminuir, devido à perda de habitat, os cientistas simplesmente revertem os cálculos.

Mas o estudo, co-assinado por Fangliang He, da Universidade Sun Yat-sen, em Guangzhou (China), demonstra que a área exigida para remover toda a população é sempre maior --normalmente muito maior-- do que a área necessária para se fazer contato com uma espécie pela primeira vez.

"Não se pode simplesmente reverter o processo para calcular quantas espécies devem permanecer quando a área for reduzida", disse Hubbell.

Contudo, isto é precisamente o que os cientistas têm feito por quase 30 anos, evidenciando uma discrepância gritante entre o que os modelos previram e o que foi observado na terra ou na água.

A ação do homem é a principal causa de extinção de espécies. Apenas 20% das florestas ainda se encontram em estado selvagem e quase 40% das terras livres não congeladas do planeta são usadas na agricultura.

Acredita-se que três quartos de todas as espécies vivam em florestas tropicais, como a Amazónica,que também passam por processos de degradação.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página