Greve dos professores estaduais completa 1 mês; relembre outras paralisações longas que afetaram o ensino no país
A greve dos professores estaduais de São Paulo completou um mês na quinta (16).
A categoria reivindica, entre outras coisas, reajuste de 75%. O salário-base da categoria é de R$ 2.416 –na jornada de 40 horas.
A paralisação, segundo o sindicato, tem a adesão de 58% dos professores. O governo estadual fala em 5,1%.
Confira outras greves longas no ensino público brasileiro.
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1) Greve das Federais em 2012
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Cartaz no Rio de Janeiro durante greve das federais de 2012 |
Em 17 de maio de 2012, professores de 34 universidades federais entraram em greve, no que se tornaria a maior paralisação da história do setor. Em seu ápice, 57 instituições de ensino aderiram ao movimento.
Os docentes reivindicavam a reestruturação de suas carreiras e reajuste salarial.
A greve durou quatro meses e terminou em setembro daquele ano. Após negociações com o governo, os professores conseguiram reajuste de 25 a 40% divididos nos três anos seguintes –dependendo do cargo.
2) Greve das federais de 2005
Sérgio Lima - 14.out.2005/Folhapress | ||
Grevistas das universidades federais invadem MEC em 2005; greve foi a 2° maior da história |
A segunda maior paralisação da história das federais aconteceu em 2005. A greve durou 112 dias, e atingiu 39 das 61 universidades federais que existiam no Brasil à época.
Os docentes reivindicavam aumento de 18% no salário-base e equiparação dos vencimentos dos aposentados com servidores da ativa. O governo propôs um aumento médio de 9,75% e a diminuição da diferença entre ativos e inativos, que era, em média, de 30%.
Apesar do fim da greve, o movimento não concordou com a proposta apresentada pelo MEC (Ministério da Educação). Mas os professores avaliaram que não havia mais condições de alterar o texto, pois o governo Lula encerrou as negociações e enviou um projeto de lei para o Congresso para impor a sua proposta.
3) Greve das federais de 2001
Antônio Gaudério - 26.nov.2001/Folhapress | ||
UFRJ depois de greve de 2001; paralisação que afetou federais e durou 108 dias |
A greve dos docentes das universidades federais de 2001 durou 108 dias e é a terceira mais longa da história no setor.
Os professores reivindicavam 13,5% de reajuste salarial e a equiparação da GID e da GED (gratificações por desempenho nos ensinos médio e superior) e a extensão de 60% da GID para inativos do ensino médio.
No acordo final, os docentes conseguiram de 12% a 13% de reajuste
4) Maior da história da USP
Danilo Verpa - 19.set.2014/Folhapress | ||
Assembleia que decretou o fim da maior greve da história da USP, que durou 116 dias em 2014 |
Em 2014, professores e funcionários da USP cruzaram os braços por 116 dias.
A principal reivindicação era que a reitoria da universidade retirasse a proposta de congelamento de salários.
Funcionários acabaram aceitando um acordo proposto pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de reajuste salarial de 5,2%, dividido em duas parcelas, além de abono de 28,6%. O valor do abono é referente ao reajuste desde maio, data-base da categoria.