'Água batizada', chute na barriga, Fenômeno, Imperador, Messi: veja dez confrontos entre Argentina e Brasil
Historicamente, a Argentina leva vantagem nos confrontos com o Brasil. Cento e um embates já aconteceram, com 39 vitórias para os argentinos, 37 para os brasileiros e 25 empates. Antes do encontro entre as seleções nesta quinta-feira (10), no Mineirão, pelas eliminatórias da Copa de 2018, veja abaixo uma lista com alguns dos maiores jogos do passado:
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Platinismo
Em 1940, com protagonismo dos atacantes Carlos Peucelle (três gols) e Masantonio (dois gols, maior artilheiro da história do Huracán), a Argentina aplicou uma goleada no Brasil que nunca seria superada na história do clássico. Em Buenos Aires, pela Copa Roca, venceram por 6 a 1. Jair Rosa Pinto fez, de falta, o solitário gol brasileiro. Na década de 1940, a Argentina frequentemente se impôs sobre o Brasil, e o jornalista Mário Filho deu o nome de "platinismo" a essa desproporção.
Jogo violento
Conhecida como "A Batalha de Rosario" por causa das jogadas violentas entre os jogadores, a partida disputada em 18 de junho de 1978 — que terminou em 0 a 0 era válida pela Copa da Argentina. O país vivia sob a ditadura de Jorge Videla, e os jogadores relatam um clima bastante tenso e suspeitas de resultados arranjados para favorecer o país sede. O empate favorecia o Brasil, já que a Argentina precisaria vencer o Peru por quatro gols de vantagem para ganhar a vaga. Goleou por 6 a 0, avançou e foi campeã sobre a Holanda.
Folhapress | ||
Dirceu, da seleção brasileira, carrega bola no estádio Gigante de Arroyito, na Argentina |
Maradona em baixa
Glorificada pelos românticos do futebol, entre eles o próprio treinador da seleção brasileira, Tite, a seleção brasileira de 1982 bateu a Argentina por 3 a 1 no dia 2 de julho de 1982 e eliminou os adversários da Copa na segunda fase. Zico, Chulapa e Júnior marcaram os gols brasileiros, e Diaz descontou. Maradona, então com 22 anos, deu chute na barriga do meia Batista e foi expulso.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
Falcão em jogo da seleção brasileira contra a Argentina em Barcelona |
Maradona em alta
Ziguezagueando desde o meio de campo, Maradona dribla três brasileiros e deixa Caniggia cara a cara com Taffarel, que então é driblado e sofre o gol. Na música sensação da Copa de 2014, "Decíme que se siente", os torcedores argentinos lembravam do episódio na passagem "E Cani te vacunó" [E Caniggia te arrebentou] de 24 de junho de 1990. A Argentina eliminou o Brasil nas oitavas de final da Copa da Itália com vitória por 1 a 0. Trata-se da partida em que, segundo Maradona, o lateral Branco teria recebido uma água "batizada" com soníferos dos argentinos.
Ronaldo derruba Argentina
Pelas eliminatórias da Copa de 2006, Ronaldo, então no Real Madrid, fez três gols de pênalti no Mineirão e deu a vitória sobre a Argentina. Do lado argentino, o gol foi marcado pelo lateral Sorin, que então estava no PSG depois de passagem pelo Cruzeiro. O tento foi comemorado pela porção cruzeirense do estádio, que também cantou o nome do jogador e o aplaudiu.
Flávio Florido / Folhapress | ||
Ronaldo é abraçado por Júlio Batista (de costas), Edmilson e Edu após sofrer pênalti no Mineirão |
Imperador
Na primeira decisão de título em jogo único da história de Brasil e Argentina, a vitória por 2 a 1 dos últimos parecia definida quando, aos três minutos dos acréscimos do segundo tempo, Diego cruzou, Adriano dominou, petecou a bola e finalizou com força. Nos pênaltis, o Brasil venceu por 4 a 2 (D'Alessandro e Heinze erraram as cobranças) e conquistou a Copa América no Peru, em 2004.
Último tango em Buenos Aires
Em noite inspirada do meia Riquelme no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, a Argentina, treinada por José Pekerman, bateu o Brasil por 3 a 1 em 8 de junho de 2005, com dois gols do centroavante Hernan Crespo e um do meia do Boca Juniors. Esta foi a última vitória sobre o Brasil em jogos oficiais. Daquele time, o único que continua no grupo é Javier Mascherano.
Antonio Gauderio/Folhapress | ||
Jogadores de Brasil e Argentina se desentendem durante jogo em 2005 em Buenos Aires |
A onda do Imperador
Assim como em 2004, na Copa América, o atacante Adriano voltaria a ser o grande nome da decisão da Copa das Confederações de 2005, na Alemanha. No entanto, desta vez, sem sufoco. Pelo contrário: 4 a 1 sobre os maiores rivais, com gol já aos 11 minutos de jogo, de Adriano, que ainda marcaria mais um. Kaká e Ronaldinho Gaúcho ajudariam a compor a goleada.
Thomas Bohlen/Reuters | ||
Adriano comemora um dos seus dois gols na vitória sobre a Argentina na Copa das Confederações de 2005 |
Trunfo dos renegados
Na edição de 2007 da Copa América, na Venezuela, Dunga levou um elenco cheio de nomes contestados à época, tentando acelerar uma renovação da seleção brasileira após a Copa de 2006. Com nomes como Doni, Mineiro, Josué, Julio Baptista, Robinho e Vagner Love, o Brasil chegou à final aos trancos e barrancos e enfrentaria a favoritíssima Argentina, que tinha Ayala, Milito, Mascherano, Riquelme, Verón, Messi e Tévez no time titular. Com gols de Julio Baptista, Daniel Alves e um contra de Ayala, o time conquistou novamente a Copa América contra a Argentina.
Antonio Gauderio/Folhapress | ||
Jogadores da seleção comemoram título da Copa América de 2007 |
Messi derruba Brasil
Oito anos depois de Ronaldo ter anotado três gols no Mineirão, Messi, que herdou dele o posto de melhor do mundo, deu o troco no dia 9 de junho de 2012. Em amistoso em New Jersey, nos Estados Unidos, "La Pulga" passou com facilidade pela dupla Bruno Uvini e Juan e levou a Argentina à vitória por 4 a 3. Em preparação para os Jogos de Londres, a seleção brasileira foi representada por nomes como Rafael Cabral, Sandro, Rômulo, Lucas, Oscar, Neymar e Leandro Damião.
Ricardo Nogueira/Folhapress | ||
Messi e Neymar disputam bola em amistoso nos EUA |