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Desavenças atrasam reformas na Igreja da Natividade, em Belém
DA BBC BRASIL
Enquanto milhares de peregrinos cristãos e turistas visitam Belém, na Cisjordânia, onde acredita-se que Jesus tenha nascido, autoridades locais advertem que, se não forem feitas reformas urgentes na secular Igreja da Natividade, será preciso restringir o número de visitantes ao local.
Construída inicialmente no século 4º, a icônica igreja já foi devastada por guerras e por desastres naturais, mas sempre foi reconstruída.
O local onde a maioria dos cristãos crê que nasceu Jesus é controlado e protegido por um tenso acordo entre cristãos ortodoxos gregos, franciscanos e armênios.
Desavenças frequentes entre eles são uma das razões que explicam porque partes da igreja da Natividade estão em aparente estado de abandono.
O teto de madeira e chumbo, que tem 500 anos, é motivo de grande preocupação.
Qustandi Shomalin, da Universidade de Belém, diz que a política religiosa local está impedindo que importantes reformas sejam feitas.
"A água vaza por buracos no teto, afetando não só a estrutura (do local) como afrescos e mosaicos dentro da igreja", diz.
DESACORDO
Como os líderes religiosos não chegam a um acordo quanto a quem deve conduzir e pagar pelas reformas, o governo palestino está sendo forçado a intervir no processo.
Ziad Bandak, assessor para assuntos cristãos do presidente palestino, Mahmoud Abbas, diz que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) deu um ultimato aos líderes religiosos.
"Infelizmente, eles não chegaram a um acordo, então estamos fazendo um apelo internacional por doações e planejamos iniciar a restauração em algum momento do novo ano", disse Bandak.
Disputas históricas à parte, a prefeitura anseia por mais visitantes para que estes tragam mais dinheiro à economia.
Nabil Jackman, um lojista local, admite que o aumento do turismo neste ano tem sido bom para os negócios, mas agrega que o panorama geral ainda é sombrio por causa de restrições práticas ao número de visitantes que vão a Belém ao longo do ano.
Muitos locais se queixam da falta de um acordo de paz entre israelenses e palestinos.
Israel, inclusive, controla o acesso à cidade sagrada, com postos de checagem e com a ajuda do enorme muro que circunda Belém.
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