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26/01/2011 - 13h47

Cortes no Serviço Mundial da BBC podem fechar até 650 postos

DA BBC BRASIL

A BBC anunciou nesta quarta-feira planos de fechar cinco dos seus 32 serviços de línguas, como parte dos cortes definidos pelo governo britânico para o Serviço Mundial da corporação.

Os serviços macedônio, albanês e sérvio, assim como serviços em inglês para o Caribe e em português para a África, serão fechados. O anúncio, aliado a outros cortes em outras áreas, visa economizar 46 milhões de libras (cerca de R$ 120 milhões) por ano.

Os cortes de vagas, ao longo dos próximos três anos, podem chegar a 650, de um total de 2.400 funcionários no Serviço Mundial da BBC.

A BBC Brasil continuará operando normalmente, mas nesse mesmo período terá seu orçamento reduzido em 10%. Esse corte será implementado de forma a causar o menor impacto possível na operação editorial da BBC Brasil.

AUDIÊNCIA

Estima-se que os cortes possam reduzir a audiência internacional da BBC em mais de 30 milhões de pessoas por semana. O diretor-geral da corporação, Mark Thompson, disse que este é "um dia doloroso" para a BBC.

O Serviço Mundial, que começou suas transmissões em 1932, tem um orçamento anual de 272 milhões de libras por ano (cerca de R$ 720 milhões). Considerando também o público do canal BBC World News, uma operação comercial, a audiência internacional do jornalismo da BBC é estimada atualmente em 241 milhões por semana ao redor do mundo --nas plataformas de rádio, TV e online.

Além do fechamento dos cinco serviços, em março serão encerradas as transmissões de rádio em ondas curtas de seis outros departamentos - hindi, indonésio, kirguize, nepalês, swahile e o serviço para a Região dos Grandes Lagos na África (que transmite para Ruanda e Burundi).

Programas de rádio em sete outras línguas --azeri (língua oficial do Azerbaijão), mandarim, rússia, espanhol para Cuba, turco, vietnamita e ucraniano-- também serão fechados como parte do plano.

Com as mudanças, o Serviço Mundial passará a focar mais em serviços online, para celular e em conteúdo para distribuição por outras redes de TV nessas línguas. Dois terços das vagas serão cortadas no primeiro dos três anos em que a emissora precisa fazer os cortes.

REAÇÃO

Sindicatos de jornalistas no Reino Unido chamaram as medidas de "ferozes" e condenaram o que classificaram de "cortes drásticos". Falando ao programa "Today", da Rádio 4 da BBC, Jeremy Dear, secretário-geral da União Nacional de Jornalistas (NUJ, na sigla em inglês), afirmou que o Serviço Mundial é "vital" e "deve ser protegido".

O sindicato também escreveu ao presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Richard Ottaway, e ao presidente do Comitê de Cultura, Mídia e Esportes, John Whittingdale, pedindo que eles revejam os planos.

O NUJ disse ainda que "cortes drásticos prejudicarão de forma severa os interesses nacionais do Reino Unido".

"Esses cortes ferozes em um valioso serviço nacional são em última instância responsabilidade do governo de coalizão, cujas políticas estão destruindo a qualidade dos serviços públicos do Reino Unido", disse Dear.

Em outubro do ano passado, o governo britânico anunciou que os custos do Serviço Mundial --pago hoje pelo Ministério do Exterior britânico-- serão repassados para a própria BBC a partir de 2014. A BBC é financiada pela chamada licence fee, taxa paga por todos que possuem aparelhos de TV ou computadores no Reino Unido.

De acordo com Thompson, os cortes no Serviço Mundial foram necessários para responder às economias anunciadas pelo governo britânico no ano passado, como parte de um plano de austeridade em resposta à crise econômica.

O diretor da BBC Global News, Peter Horrocks, disse que os fechamentos de cinco serviços de línguas "não refletem a performance individual de serviços ou programas".

"Eles são todos extremamente importantes para seus públicos e para a BBC", afirmou, ele, que acrescentou: "O fato é que simplesmente é necessário fazer economia, devido ao tamanho dos cortes no orçamento do Serviço Mundial".

"Precisamos focar nossos esforços nas línguas onde há mais necessidade e onde temos mais impacto."

O ex-diretor administrativo do Serviço Mundial John Tusa descreveu os cortes como "ruins". Falando ao programa "Today", ele disse: "Eu acho terrível para os ouvintes do Serviço Mundial, porque eles não terão acesso aos programas, e é péssimo para a política externa britânica, porque eles estão enfraquecendo substancialmente um dos elementos mais importantes da diplomacia cultural internacional".

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