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Obama terá dificuldade em afastar "frustração mútua", diz "Economist"
DA BBC BRASIL
Para o presidente americano, Barack Obama, que inicia neste fim de semana sua primeira viagem à América do Sul, será difícil afastar o "ar de frustração mútua" nas relações entre os Estados Unidos e a região, diz a revista britânica "The Economist".
Em reportagem intitulada "Voando para o Rio", a edição que chegou às bancas nesta sexta-feira diz que, até agora, as expectativas de uma aproximação ou mesmo de uma parceria igualitária com os Estados Unidos, como Obama tinha prometido no começo de seu mandato, ainda não se concretizaram.
Segundo a revista, os latino-americanos gostam de Obama --pois sua história inspirou muita gente em uma região em que "negros e indígenas muitas vezes são destituídos"--, mas poderiam gostar ainda mais "se sua retórica de parceria fosse acompanhada de ações políticas".
"Para muitos [países] sul-americanos, os Estados Unidos não são mais a principal opção [de parcerias comerciais]. O comércio com a China está passando por um boom. Vários países sul-americanos estão cada vez mais confiantes de que podem deixar sua própria marca no mundo...especialmente o Brasil, a mais importante etapa da visita", diz a revista.
Após uma relação marcada por "pequenas divergências" durante o governo Lula, em particular na posição sobre o Irã, diplomatas americanos enxergaram sinais encorajadores de que a presidente Dilma Rousseff busca "um novo começo", diz a revista.
Entre estes sinais estariam o distanciamento público de Dilma do Irã em questões de direitos humanos e a troca de Celso Amorim, um dos protagonistas da "aventura iraniana", por Antonio Patriota, "ex-embaixador nos Estados Unidos e casado com uma americana", no comando da pasta das Relações Exteriores.
Para a "Economist", os dois líderes, Obama e Dilma, "têm negócios potencialmente importantes" para discutir. O presidente americano quer oportunidades para empresas americanas --deve fazer lobby para que o Brasil opte por jatos fabricados pela Boeing nos seus planos de expansão da frota militar-- e quer apoio do Brasil na pressão internacional para que a China desvalorize o yuan.
O Brasil, por sua vez, quer o fim de subsídios aos produtores de etanol nos Estados Unidos e apoio à reivindicação por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
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