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12/04/2011 - 14h59

Relação entre família real e paparazzi é de um equilíbrio delicado

PETER HUNT
ESPECIALISTA DA BBC EM MONARQUIA

A relação entre a família real britânica e os paparazzi é quase sempre marcada por um equilíbrio delicado.

A família de Kate Middleton já reclamou do assédio dos fotógrafos. E, nos anos 60, o príncipe Philip discutiu com o fotógrafo Ray Bellisario enquanto estava na Escócia. Bellisario lançou uma biografia, chamada "To Tread on Royal Toes" (algo como irritando a monarquia).

Ainda nos anos 60, o marido da rainha Elizabeth 2ª acusou outro fotógrafo de cutucar a orelha da princesa Anne com a lente de sua câmera.

A família real e os fotógrafos estão presos em uma relação difícil. Seria um pesadelo para os Windsor se fossem completamente ignorados. E para os fotógrafos, especialmente os freelancers, uma foto de um príncipe beijando uma namorada em uma praia deserta ajuda a pagar as contas.

E a resposta da família real a esta relação problemática e simbiótica é impor controle. Fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas são mantidos a uma distância respeitosa enquanto a monarca e sua família estão em compromissos oficiais. Suas atividades particulares estão estritamente fora do alcance dos fotógrafos.

NOVOS INTEGRANTES

A relação fica mais tensa quando um novo integrante se junta à família real. Kate Middleton, de acordo com seus representantes, teve uma introdução desafiadora ao mundo do príncipe William.

Há seis anos os advogados dela pediram aos editores de jornais que a deixassem em paz. Ela estava sendo caçada e seguida quase diariamente por fotógrafos, segundo os advogados.

Fotos de Kate eram feitas no ônibus, em uma ida às compras, indo para o trabalho com um copo de café na mão. E esta última imagem levou à primeira
reclamação oficial de Kate à Comissão de Reclamações contra a Imprensa.

O jornal que publicou a foto, o "Daily Mirror", pediu desculpas rapidamente afirmando "Erramos e nos arrependemos sinceramente".

No 25º aniversário de Kate, no entanto, ela foi cercada por 20 fotógrafos e cinco equipes de televisão enquanto percorria a curta distância entre a porta da frente de sua casa e seu carro.

O príncipe William prefere uma abordagem mais robusta ao problema. O direito à privacidade é algo que ele está decidido a estabelecer.

Ele acredita que a lei está a seu lado e, no melhor dos casos, também acredita que a imprensa é um mal necessário. Em seus momentos mais difíceis, o futuro rei acredita que parte da responsabilidade pela morte de sua mãe, a princesa Diana, é dos fotógrafos.

RELAÇÃO COMPLEXA

Diana, a Princesa de Gales, teve uma relação complexa com a imprensa.

Em alguns momentos Diana usava a imprensa para promover uma causa ou contra seu marido, o príncipe Charles. Em outras ocasiões, ela falava em ir morar em outro país para escapar dos paparazzi.

A princesa morreu em Paris com alguns paparazzi perseguindo seu carro. Um inquérito determinou que ela e seu companheiro, Dodi al-Fayed morreram devido à "negligência" do motorista do carro onde eles estavam e dos paparazzi.

Depois de 14 anos, um código de práticas para jornais declara explicitamente que "jornalistas não devem intimidar, assediar ou perseguir com insistência".

Apesar disso, ocorreram algumas situações parecidas. William teria dito que seu "estômago revirou" quando foi seguido em Londres por fotógrafos em carros e motos depois de sair de uma casa noturna. A perseguição aconteceu quatro anos atrás, no início do inquérito sobre a morte de Diana.

E, na semana passada, a mãe e irmã de Kate Middleton afirmaram que foram tratadas da mesma forma enquanto faziam compras em Londres. A família Middleton entrou em contato novamente com a Comissão de Reclamações contra a Imprensa.

No geral, parece existir uma paz desconfortável entre o casal que representa o futuro da monarquia britânica e aqueles que querem fotografá-los em seu trabalho e horas de lazer.

Até o momento, William e Kate estão ganhando. Eles não são flagrados em casas noturnas, têm acesso a grandes propriedades particulares, estão cercados por amigos que não devem revelar o paradeiro do casal.

No entanto, há uma fraqueza na armadura do casal. Eles têm controle limitado, e, em alguns casos, inexistente, sobre publicações estrangeiras. E revistas femininas de vários países saem com imagens de Kate.

"A demanda é imensa", disse Joe Sene, que trabalha para a agência de imagens britânica Splash UK. "O retorno financeiro por fotos é enorme."

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