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15/04/2011 - 19h38

Itália rende homenagens a ativista assassinado em Gaza

DA BBC BRASIL

Pacifistas e associações de solidariedade ao povo palestino realizam nesta sexta-feira uma série de manifestações em diversas cidades italianas para homenagear Vittorio Arrigoni, ativista assassinado na faixa de Gaza por um grupo de extremistas islâmicos supostamente ligado à rede Al Qaeda.

Manifestações já estavam previstas em Roma e em Milão antes mesmo do assassinato do ativista. Inicialmente, os protestos visavam reivindicar a liberação de Vittorio pelos sequestradores, pois esta sexta-feira marcaria o fim do prazo que eles haviam dado para que seus pedidos fossem atendidos.

Os manifestantes decidiram manter a iniciativa mesmo após a descoberta do assassinato de Arrigoni e transformá-la numa homenagem ao ativista.

A morte de Vittorio Arrigoni, um pacifista e defensor da causa palestina, chocou os italianos.

Em carta enviada à mãe do jovem, o presidente italiano, Giorgio Napolitano, definiu o assassinato como "uma barbárie" e pediu que o caso seja esclarecido.

"Esta barbárie terrorista provoca repulsa nas consciências civis. A comunidade internacional inteira deve rejeitar qualquer forma de violência. Espero que a verdade venha à tona e que os responsáveis sejam descobertos", escreveu o presidente.

Com uma nota, o Ministério das Relações Exteriores da Itália manifestou "forte consternação pelo bárbaro assassinato" e condenou o gesto de violência "vil e irracional da parte de extremistas indiferentes aos valores da vida humana".

HAMAS

O grupo palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, condenou nesta sexta-feira o assassinato de Vittorio Arrigoni e descreveu o crime como sendo ''contra a humanidade''.

Segundo o porta-voz do Hamas, Salama Marouf, a morte do ativista foi ''conta a humanidade e contrária aos costumes e tradições do povo palestino''.

O ministro do Interior do Hamas, Ehab Al Ghussein, disse que o assassinato representou ''um ato hediondo que nada tem a ver com nossos valores, nossa religião, nossos costumes e tradições'' e se comprometeu a encontrar os culpados.

Cerca de 2.000 pessoas compareceram a uma manifestação em Gaza para protestar contra o assassinato de Arrigoni.

Arrigoni foi sequestrado pelo grupo islâmico radical Al Tawhid Wal Jihad ("Monoteísmo e Guerra Santa", em tradução livre) na manhã de quinta-feira. Os militantes islâmicos extremistas fazem oposição ao Hamas, que consideram demasiadamente moderado.

Um vídeo, divulgado pelo site YouTube mostrava o ativista italiano vendado e com manchas de sangue no rosto, momentos depois do sequestro.

Na gravação, os rebeldes ameaçavam matar Arrigoni caso não fossem libertados alguns de seus lideres, presos pelo Hamas.

Sobre as imagens de Arrigoni, o vídeo mostrava um texto escrito no qual o ativista era acusado de "difundir vícios ocidentais" entre os palestinos e no qual a Itália era acusada de combater contra países muçulmanos.

O grupo havia dado 30 horas de prazo para que as autoridades palestinas cumprissem o pedido. O prazo teria vencido na tarde desta sexta-feira, mas Arrigoni foi assassinado antes disso.

O corpo do ativista foi encontrado por policiais de Hamas na madrugada de sexta, numa casa de Gaza. Por ora, dois milicianos foram presos, segundo as autoridades de Gaza.

FLOTILHA

Arrigoni, de 36 anos, vivia há três anos na faixa de Gaza, onde trabalhava como voluntário da ONG Solidariedade Internacional.

Ele costumava participar de protestos em defesa das atividades de pescadores e agricultores de Gaza e contra o bloqueio imposto por Israel a Gaza.

Ele era um dos ativistas que estavam a bordo da flotilha da missão internacional Free Gaza que em 2008 tentou furar o bloqueio imposto por Israel contra a faixa de Gaza, para levar ajuda humanitária à região.

A mãe do jovem ativista, Egidia Beretta, prefeita de uma pequena cidade no norte da Itália há sete anos, afirmou que costumava falar com o filho todos os domingos e que ele nunca se colocava em situações perigosas.

Ela disse que não teve coragem de assistir ao vídeo divulgado pelos sequestradores e que o filho estava prestes a voltar para a Itália.

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