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Peregrinos e chefes de Estado comparecem à vigília da beatificação
DA BBC BRASIL
Cerca de 200 mil peregrinos de todo o mundo participam neste sábado de uma vigília em Roma, na véspera da beatificação do papa João Paulo 2º, falecido em 2005.
Líderes de 22 países também compareceram ao evento, incluindo o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe.
Desde 2002, Mugabe está proibido de viajar a qualquer país membro da União Europeia. A sanção foi imposta por causa de denúncias de violações dos direitos humanos em seu governo.
No entanto, ele poderá ir ao Vaticano, um estado independente da Itália e que não faz parte do bloco.
Os peregrinos --muitos da Polônia, terra natal de Karol Wojtyla --seguraram velas enquanto ouviam o testemunho da freira francesa, Marie Simon-Pierre, que alega ter sido milagrosamente curada do Mal de Parkinson através de orações a João Paulo 2º.
Seu caso é a base para o pedido de beatificação do Papa falecido - o último estágio antes de que ele seja considerado santo.
ISENÇÃO
O ministério das Relações Exteriores italiano disse que pediu uma isenção da proibição de viagens da Europa para Mugabe, especialmente para o evento.
Por causa disso, ele pode transitar sem problemas pela Itália.
Um porta-voz do Vaticano disse que o presidente do Zimbábue não foi pessoalmente convidado, mas assegurou que ele tinha direito a freqüentar a cerimônia, como chefe de um estado com o qual o país católico mantém relações.
De acordo com o porta-voz, 87 delegações internacionais disseram que compareceriam à cerimônia solene de beatificação no próximo domingo, na praça de São Pedro.
O Brasil será representado pelo vice-presidente, Michel Temer.
MILAGRE
Na última sexta-feira, os restos do papa João Paulo 2° foram retirados do túmulo em que estavam sepultados nas Grutas Vaticanas para ser levados à Basílica de São Pedro.
Ele será enterrado novamente na próxima segunda-feira, após a cerimônia de beatificação, na capela de São Sebastião na Basílica.
A beatificação, um processo que declara que a pessoa foi "abençoada", é um prelúdio necessário para a canonização.
Para que isso aconteça, o Vaticano deve declarar que a pessoa realizou um milagre.
No caso de João Paulo 2º, uma freira francesa de 49 anos de idade, Irmã Marie Simon-Pierre Normand, disse que ela e suas companheiras rezaram pela intercessão do papa após sua morte.
Irmã Marie pediu que o papa a curasse do mal de Parkinson, doença degenerativa que ataca o sistema nervoso central.
O Vaticano afirmou que a cura repentina da freira não tem explicação médica lógica.
No entanto, há relatos de que ela teria adoecido novamente desde sua recuperação inicial e de que seu diagnóstico pode ter sido incorreto.
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