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14/09/2011 - 14h13

Europa pode adotar plano de combate à tuberculose resistente

DA BBC BRASIL

Um plano está sendo elaborado para conter um tipo de tuberculose resistente a medicamentos em 53 países europeus, onde a situação é descrita pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como "alarmante".

A infecção é maior no leste da Europa, enquanto que, no oeste do continente, Londres tem o maior índice de ocorrências da doença entre as capitais.

A OMS estima que há 81 mil casos do tipo de tuberculose resistente por ano na Europa, embora muitos países apresentem diagnósticos falhos.

O plano pretende aumentar os exames clínicos e o acesso aos tratamentos. Especialistas acreditam que ele tenha o potencial de salvaguardar 120 mil vidas, além de vários bilhões de dólares, até 2015.

PROBLEMA EUROPEU

A Rússia, a Ucrânia e o Azerbaijão estão entre os países com a maior incidência da doença.

No Reino Unido, ela ocorre nas grandes cidades --em Londres, são 3.500 registros por ano. Em 2009, houve 58 casos do tipo resistente da tuberculose no país. A resistência pode aumentar se os pacientes não seguirem a medicação à risca.

"Embora os números gerais sejam baixos, a tendência é de aumento na última década", afirma o médico Ibrahim Abubakar, especialista em tuberculose da Agência de Proteção à Saúde britânica.

"Não podemos ser complacentes. O custo de se administrar cada caso pode ser aumentado para várias centenas de milhares de libras", diz.

"Enquanto uma pessoa está infectada, outras podem pegar a tuberculose. Os grandes números no Leste Europeu representam uma falha na tomada de ação."

O especialista pede que médicos e centros de atendimento estejam vigilantes para detectar possíveis casos.

A tuberculose é uma infecção contraída pelo ar que, embora tenha tratamento, ainda é fatal em cerca de 7% das ocorrências. Quase metade dos pacientes que contraem a forma resistente a medicamentos da doença acabam morrendo.

No Brasil, segundo dados do governo federal, a tuberculose é a terceira causa de mortes por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com aids.

A OMS elogiou o serviço britânico para tratar da doença, que utiliza uma van com equipamento portátil de raio X para examinar moradores de rua e dependentes de drogas.

"Todos nós podemos estar expostos [à tuberculose], e não apenas as populações vulneráveis, como os imigrantes e os prisioneiros", disse Ogtay Gozalov, do escritório europeu da OMS.

"Se os Estados-membros não agirem agora, pode haver uma situação dramática no futuro."

COQUETEL

A advogada inglesa Anna Watterson contraiu o tipo resistente de tuberculose enquanto estudava Direito e morava no noroeste de Londres.

Ela afirma ter se recuperado totalmente, mas perdeu um ano de estudos e passou quatro meses no hospital.

"Eu tinha uma tosse que não acabava nunca, perdi peso e tive sudorese noturna", disse ela à BBC.

"Eu visitei meu médico de família algumas vezes, mas não havia suspeita de tuberculose devido ao meu retrospecto e à minha idade; eu estava na faixa dos 20 anos", afirmou.

"Assim que entrei no hospital, comecei com o tratamento básico com três medicamentos. Mas seis semanas depois, veio a notícia deprimente de que nenhum deles havia funcionado", disse.

"Com o novo coquetel de remédios, fiquei me sentindo mal. Tive hematomas por injetá-los, e um dos efeitos colaterais era sensibilidade com o sol. Sendo uma ruiva de cor pálida, isto me obrigava a sair de luvas na rua durante o verão."

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