DNA 'roubado' de paciente americana nos anos 50 passará a ter uso restrito
Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA anunciaram ontem um acordo com a família de Henrietta Lacks, americana cujas células de câncer foram retiradas em 1951, em Baltimore, sem sua permissão e replicadas inúmeras vezes para uso em laboratórios no mundo todo.
Um neto e uma bisneta de Lacks, cuja história foi contada no livro "A Vida Imortal de Henrietta Lacks", vão ajudar a decidir quais pesquisadores terão acesso aos dados do genoma das células de seu tumor cervical, conhecidas como células HeLa.
The Henrietta Lacks Foundation | ||
Henrietta Lacks, cujas células de câncer cervical foram retiradas em 1951 e replicadas em estudos |
Os dados, que podem ser usados para obter informações médicas de parentes de Lacks, ficarão em um banco de genoma protegido.
"Esse é um acordo inovador e histórico", afirmou o diretor dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde), Francis Collins. Ele escreveu sobre o acordo em um artigo publicado na "Nature" ontem.
A decisão se aplica só a pesquisadores financiados pelos NIH, que afirmam encorajar que outros cientistas sigam o acordo. Collins destaca que o controle ao acesso do genoma HeLa é uma solução singular necessária porque os descendentes de Lacks são conhecidos publicamente. Ainda é possível usar amostras biológicas para gerar uma sequência de genoma completo sem a permissão da pessoa "dona" da amostra, desde que não seja possível ligar o material ao nome dela.
Mas estudos já demonstraram que é sim possível ligar uma amostra ao nome de uma pessoa por meio de cruzamentos de dados.
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