EUA prendem cientista que admitiu fraude em pesquisa
Preso na semana passada, o sul-coreano Dong-Pyou Han, que deixou no ano passado seu cargo na Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, confessou nesta terça-feira (24) a um tribunal federal na cidade de Des Moines ter adulterado amostras de sangue de coelhos em trabalhos que tiveram financiamento de US$ 19 milhões dos Institutos Nacionais de Saúde para pesquisas de vacinas contra Aids.
O estudo coordenado por Han teve a participação de outros seis pesquisadores e foi publicado em setembro de 2012 na revista científica "Retrovirology". Han afirmou que em nove coelhos foi injetada uma proteína feita a partir de outra, a gp41, que é encontrada na membrana do vírus HIV-1. Em oito das cobaias, diz o texto, houve reprodução "com sucesso" de anticorpos, o que sugeriria que a gp41 poderia ser usada como vacina.
Em setembro de 2013, um ano após a publicação do trabalho, Han reconheceu a falsificação porque os resultados anunciados não haviam sido obtidos por pesquisadores de outros laboratórios.
A "Retrovirology" fez a retratação do estudo em fevereiro deste ano.
Han foi preso e liberado na segunda-feira (16) após ser conduzido a um tribunal federal no Estado de Ohio.
Ele e outro autor do estudo, Michael Cho, trabalharam até 2009 como pesquisadores da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio. Depois disso, ambos se mudaram para a Universidade Estadual de Iowa, em Des Moines, onde está a outra corte federal na qual o coordenador da pesquisa prestou depoimento ontem.
Em dezembro, Han, assinou com a ISU e a Agência para Integridade da Pesquisa dos EUA o compromisso de não receber recursos do governo nem atuar como revisor de artigos durante três anos.
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